Corremos um grande risco nos próximos anos também na economia
Temos tratado reiteradamente sobre o avanço do conservadorismo no mundo. E isso não é pouca coisa. Podemos perceber isto através de algumas eleições, com a vitória de forças do atraso em vários países, ou mesmo através do crescente número de manifestações racistas, lgbtfóbicas, misóginas e xenófobas mundo a fora. Nem precisamos ir muito longe, na realidade.
Há alguns governos pelo mundo que defendem e atuam numa linha parecida com o que defende o Bolsonaro para o Brasil. É possível, guardadas as particularidades, classificá-los dentro do que vem sendo chamado de neofascismo. Deixo claro que afirmar que Bolsonaro é um neofascista não é afirmar que ele foi eleito majoritariamente pelo neofascismo.
Dentre os países com governos com linha parecida com o que pensa Bolsonaro, temos alguns exemplos como as Filipinas. E é preciso que estudemos a fundo o que vem acontecendo nestes países para, de alguma forma, nos prepararmos para o que pode vir pela frente. As Filipinas, como citei, são governadas por um senhor de nome Rodrigo Duterte. Há quem o aponte como o mais parecido com o estilo e personalidade de Jair Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro, filho de Jair e deputado eleito por São Paulo, defendeu em entrevista recente a criminalização do MST e a prisão de militantes de esquerda. Chega ao cúmulo de apontar a possibilidade de prender “100 mil” com a criminalização do comunismo, a exemplo da Polônia e da Ucrânia.
Corremos um grande risco, nos próximos anos, também na economia. A agenda ultra-neoliberal que vem sendo construída sob tutela de Paulo Guedes não tem apresentado resultado positivo em canto nenhum do mundo. Pelo contrário, temos aqui ao lado, na Argentina, o exemplo bastante negativo do governo Macri. Eleito com a promessa de recuperação da economia, o governo argentino e sua economia neoliberal têm sido responsáveis por um forte aprofundamento da crise naquele país.
Vamos seguir estudando estes exemplos para conseguir visualizar o que pode acontecer no Brasil em momentos próximos. Como falei na última coluna, é momento de nos preservamos e entendermos melhor o que vem pela frente. Sem esta compreensão, ficará mais difícil para construirmos nossa resistência. E, desde já, trabalhar na perspectiva de uma grande frente democrática em defesa do Brasil. Todos e todas à luta contra o neofascismo.
Edição: Monyse Ravena