Nos dias 2 e 3 de dezembro, o presidente chinês Xi Jinping visitará a Argentina e o Panamá. Esta é a quarta vez que o presidente visita a América Latina após a celebração do XIX Congresso Nacional do Partido Comunista da China, ocorrido há pouco mais de um ano.
A sua visita servirá para dar início a uma nova era de desenvolvimento entre a China e a América Latina, bem como promoverá a construção de uma comunidade sino-latino-americana de destino compartilhado.
Os resultados são estimulantes: em 2017, o volume de comércio sino-latino-americano ascendeu aos 257,85 bilhões de dólares norte-americanos, protagonizando um aumento de 18.8%. A China foi o segundo maior parceiro comercial da América Latina, que se converteu rapidamente em uma das regiões que mais exporta para a China. No que concerne ao investimento direto chinês, o valor alocado no continente latino-americano superou os 300 bilhões de dólares. Depois da Ásia, a América Latina é o segundo maior destino estrangeiro do investimento direto chinês. Deste modo, existem mais de 2.000 empresas chinesas operarando na região.
Carlos Aquino, diretor da Academia de Economia da Universidade Nacional de San Marcos, do Perú, considera que a China conseguiu diversos benefícios para o desenvolvimento econômico da América Latina, e que as relações sino-latino-americanas de hoje já não se limitam a simples cooperações comerciais, mas sociedades fortes e onipresentes em diversos domínios e estratos. Deste modo, atravessa-se um momento apropriado para que chineses e latino-americanos avancem com a construção de uma comunidade de destino compartilhado.
Nos últimos três anos, o Fórum China-CELAC produziu resultados frutíferos. Ambas as partes celebram anualmente a reunião de coordenadores estatais, e estabelecem plataformas de diálogo e cooperação que abrangem mais de 10 áreas de trabalho, como partidos políticos, infraestruturas, agricultura, ciência, inovação, entre outros. Além disso, avançam de forma ativa na cooperação em 13 áreas de destaque: política, segurança, investimentos, comércio, financiamento, entre outras. Mais se acrescenta que, com uma maior quantidade de intercâmbios produzidos através dos fóruns, passou a fortalecer-se cada vez mais o desejo dos povos locais de desenvolver as relações com a China. Programas como o laboratório conjunto, o celeiro agrícola modelo, o centro de notícias e comunicação social, já deram frutos. Deve sublinhar-se que o “ano cultural China-América-Latina” foi um dos pontos mais altos desta relação de cooperação.
O Fórum China-CELAC não só auxilia a que ambas as partes alcancem um desenvolvimento de maior qualidade e estabeleçam uma relação econômica mais estreita, mas também garante a construção de uma economia mundial mais aberta. Enrique Dussel, diretor do Centro de Investigação Sino-Mexicano da Universidade Estatal do México, considera que a China busca, para lá da economia mundial, um plano baseado na cooperação sul-sul, regido pelo princípio do benefício mútuo. É por esse motivo que se considera que a China, um país em constante desenvolvimento, irá garantir mais oportunidades de desenvolvimento ao resto do mundo, no qual se inclui a América Latina”.
Em janeiro deste ano, na sua carta de felicitações pela inauguração da segunda edição da reunião de nível ministerial do Fórum China-CELAC, o presidente chinês Xi Jinping destacou a importância da construção conjunta da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Durante esta reunião, foi publicada a Declaração Especial sobre a Iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, a qual assinala um novo período de cooperação entre a China e a América Latina.
“As relações entre a Argentina e a China converteram-se em um exemplo típico de cooperação voltada para o desenvolvimento comum entre países em desenvolvimento com mercados emergentes. O Cinturão e Rota representa a responsabilidade assumida por uma potência como a China. Sem dúvida que a iniciativa contempla várias oportunidades para a América Latina”, asseverou Diego Ramiro Guelar, embaixador da Argentina na China.
O Panamá é um novo parceiro da China na região. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas, durante ano e meio, as relações entre os dois países avançaram e foi iniciada a cooperação em diversas áreas. Neste sentido, Eddie Tapiero, especialista panamense em assuntos internacionais e autor do livro “A Rota da Seda e o Panamá”, avisou que a iniciativa chinesa confere oportunidades não só para si própria, mas para os países e regiões por ela abrangidos.
Fonte: Diário do Povo
Edição: Vermelho