O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou, nesta terça-feira (04), a suspensão por seis meses do reajuste do imposto sobre combustíveis que estava previsto para 1º de janeiro. A medida é uma tentativa de frear novos protestos organizados pelos “coletes amarelos”, movimento responsável por coordenar atos contra as tarifas.
“Nenhum imposto merece comprometer a unidade da nação. É preciso ser surdo para não ouvir a raiva dos franceses”, afirmou Philippe durante anúncio na televisão. O premiê foi escalado nesta terça pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para negociar com os partidos políticos que se opõem ao aumento.
A nova tributação previa um acréscimo de € 0,65 (R$2,84) no litro do diesel e € 0,29 (R$ 1,26) no litro da gasolina. Mesmo após o anúncio da suspensão, os manifestantes afirmam que a decisão não é suficiente para cessar os protestos. Um novo ato já está marcado para o próximo sábado (8).
“Os franceses não querem migalhas, eles querem a baguete inteira”, afirmou Benjamin Cauchy, um dos porta-vozes dos “coletes amarelos”. O grupo exige uma revisão geral na tributação da França, distribuição das riquezas e maior repasse para a economia de baixo carbono.
Intensificação dos protestos
Desde 17 de novembro, a França é cenário de manifestações contra o aumento do preço dos combustíveis. Os protestos foram organizados pelo grupo “coletes amarelos”. No último sábado (1), cerca de 200 mil pessoas foram às ruas de Paris contra as novas tarifas anunciadas pelo governo francês.
Os protestos são considerados os maiores da história do país desde os que ocorreram em maio de 1968, quando estudantes se reuniram para pedir uma reforma no sistema educacional.
Os manifestantes foram assim batizados por usarem coletes amarelos, item de segurança obrigatório na França e em diversos países da União Europeia. O movimento nasceu espontaneamente nas redes sociais e se declara apartidário.
Edição: Luiza Mançano