Memória

Morte de Nelson Mandela completa cinco anos nesta quarta-feira (5)

Ex-guerrilheiro e ex-presidente da África do Sul foi o principal líder da luta contra o Apartheid

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Nelson Mandela morreu em 2013, aos 95 anos
Nelson Mandela morreu em 2013, aos 95 anos - Debbie Yazbek / Mandela Foundation / AFP

Advogado, guerrilheiro, presidente. Nesta quarta-feira (5), o mundo celebra o legado do sul-africano Nelson Mandela, um dos maiores nomes da luta contra o racismo no século 20 e principal responsável pelo fim do regime de segregação conhecido como Apartheid.

Mandela nasceu em 1918, na atual província de Cabo Leste, e viveu 27 de seus 95 anos de vida na prisão -- vítima da extrema direita branca que governou o África do Sul na década de 1950. 

Coincidência

O dia 5 de dezembro, em que se relembra sua morte, coincide com a data de uma das várias prisões políticas de Mandela. Cinquenta e sete anos antes, ele foi levado à força na frente da mulher e dos filhos. Outras 144 pessoas foram detidas pela polícia sul-africana no mesmo dia. O que havia em comum entre elas era a não conformidade com a truculência do regime.

Clandestinidade

Ser detido, apenas por questionar o Apartheid, não era novidade naquela época. Presidente do Congresso Nacional Africano (CNA), o jovem advogado assistia horrorizado ao aumento da violência política em seu país. A situação chegou ao limite em março de 1960, quando a polícia assassinou 70 pessoas que protestavam contra uma lei que privava os negros do direito de ir e vir.

Mandela, então, criou o braço armado do CNA, o "Lança de uma Nação". O trabalho na clandestinidade durou até 11 de junho de 1963, quando o líder guerrilheiro foi encontrado em seu esconderijo e preso novamente. Até 1982, ele ocuparia a cela 466/64, de 2,5 metros por 2,1 metros em uma prisão da Ilha Robbem, na baía da Mesa. Nos oito anos seguintes, cumpriu pena na Cidade do Cabo. Solto em 1990, tornou-se uma referência internacional contra a discriminação racial.

Mas não parou por aí. Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz e lançou candidatura a presidência da África do Sul. No ano seguinte, foi eleito com 62% dos votos -- o primeiro presidente sul-africano que chegou ao poder pelo sufrágio universal. 

Como chefe de Estado, foi questionado por todos os lados. Como líder da luta contra a segregação, jamais.

Se as feridas do Apartheid continuam abertas, ninguém fez mais que Nelson Mandela para mostrá-las ao mundo.

Confira o especial produzido pelo Brasil de Fato sobre o centenário do líder sul-africano, comemorado em julho deste ano.

 

 

Edição: Daniel Giovanaz