Pergunta do quadro "Fala Aí" da semana é respondida por psicólogo de uma casa de acolhimento em São Paulo
A adoção de crianças e adolescentes é um processo longo, mas necessário para garantir um lar a milhares de brasileiros sem uma família regular. De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), são mais de 5 mil crianças e adolescentes em busca de um lar em todo o território nacional, dos quais mais de 3 mil possuem irmãos e cerca de 1,7 mil tem algum problema de saúde.
Os dados também demonstram características das crianças: 1.518 são brancas, 998 são negras e mais de 2,5 mil são pardas. Entre os mais de 40 mil pretendentes disponíveis para adoção, apenas 50% aceitam adotar crianças de qualquer raça e mais de seis mil somente aceitam crianças brancas, número alarmante comparado aos 338 requerentes que somente aceitam crianças negras.
O Brasil de Fato foi às ruas e conversou com a assistente jurídica Jéssica Silva, que quis entender quais são os primeiros passos para adotar uma criança ou adolescente no Brasil.
"Meu nome é Jéssica Aparecida Garcia Alonso Silva e a minha pergunta é: qual é o procedimento específico para adotar uma criança? Eu sou assistente jurídica, obrigada".
Randal, psicólogo da Casa de Acolhimento - Unidade VIII, na Aclimação, ligada a ONG Lar Batista, explica que o primeiro passo é se cadastrar na Vara de Infância e Juventude:
“O primeiro ponto a ser considerado com relação à adoção é fazer um cadastro em uma Vara da Infância e Juventude mais próxima. Esse é o primeiro caminho, porque esse cadastro garante os interessados para futuros requerentes. E dali vem um curso, feito pela própria Vara da Infância e Juventude, que especifica a questão da adoção, porque não só temos a adoção direta, como outros trabalhos ligados à crianças e adolescentes, como o Casa Lar e o Apadrinhamento Afetivo. Possivelmente, se não configurar uma adoção, existem outros meios pelos quais as crianças em necessidade podem receber carinho e atenção. É interessante se aproximar de uma Vara mais próxima para ter informações pertinentes para uma adoção, ou então para uma aproximação, carinho e atenção para uma pessoa que tanto precisa, que são essas crianças e adolescentes que não tem onde morar ou não têm uma família regular convivendo com ela”.
Edição: Michele Carvalho