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João Pedro Stedile: Política econômica de Bolsonaro não resolverá problemas do povo

"É um governo que não representa a vontade da maioria do povo brasileiro”

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Aos 65 anos, gaúcho foi um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Aos 65 anos, gaúcho foi um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - José Eduardo Bernardes
"É um governo que não representa a vontade da maioria do povo brasileiro”

Na primeira edição do programa No Jardim da Política de 2019, o estúdio da Rádio Brasil de Fato contou com a presença do economista e um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina Internacional, João Pedro Stedile, para falar sobre as perspectivas políticas para 2019.

O bate-papo começou com uma análise sobre a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, que aconteceu nesta última terça-feira, (01). Stedile destacou a ausência de representatividade do povo brasileiro durante a posse, devido ao número baixo de pessoas que compareceram para prestigiá-lo, sendo um público majoritariamente branco e de classe média. “Eles sabem que são fruto de uma eleição fraudulenta, portanto é um governo que não representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, afirma.

O entrevistado também avalia o plano econômico e as contradições do governo Bolsonaro. Stedile analisa que, por um lado, existe um governo que traz no discurso de seu presidente, o autoritarismo, querendo impor a ordem junto ao militarismo. Por outro lado, é um governo subordinado aos interesses dos Estados Unidos com uma política econômica ultraneoliberal.

Para Stedile, essa é a essência do governo Bolsonarista, que não vai suprir as necessidades da população brasileira. “A política econômica que eles vão implementar de total liberdade ao capital não vai resolver os problemas do povo, ao contrário, eles precisam total liberdade para fazerem o que quiserem justamente porque necessitam aumentar a taxa de lucro, porém para aumentar a taxa de lucro e recuperar a acumulação capitalista só tem um caminho historicamente: aumentar a exploração sobre os trabalhadores, aqueles que produzem essa riqueza que eles querem se apropriar” explica.

No final da conversa, Stedile fala sobre as ameaças explícitas aos movimentos populares que o governo Bolsonaro faz desde sua campanha. “Toda a militância do MST têm consciência de que devemos tomar cuidado, não se expor a esse ódio propagado, mas isso não deve ser um motivo para se ter medo, estamos fazendo uma luta para que nosso povo melhore as condições de vida”, opinou. Para o entrevistado, a ameaça e perseguição imediata através de inquérito e processos se fortalece em uma política de “morde e assopra” com muitas contradições. Mesmo assim, o dirigente ressalta que as intimidações não vão amedrontar ou afastar a militância da luta social.

Além de Stedile, a edição também contou com o relato da repórter do Brasil de Fato, Cristiane Sampaio, que contou como foi o polêmico dia de cobertura para a imprensa na cerimônia de posse de Bolsonaro.

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Edição: Mauro Ramos