A greve dos professores das escolas públicas da cidade de Los Angeles, nos EUA, chega nesta quinta-feira (17) ao seu quarto dia consecutivo.
Declarada na última segunda-feira (14), a paralisação é a primeira organizada pelo sindicato dos professores da região, o UTLA (Professores Unidos de Los Angeles, na sigla em inglês) em 30 anos.
A categoria reivindica redução do número de alunos por turma - algumas chegam a ultrapassar 40 por sala - melhorias na capacitação das equipes das escolas, como enfermeiros e profissionais de administração, reformas nos prédios e pátios e aumento salarial.
"Precisamos de mais ajuda nas salas de aula, precisamos de mais ajuda nos escritórios, precisamos de enfermeiras pagas em cada escola. Não tivemos escolha, não queria estar aqui, preferiria ficar na minha sala, mas a situação chegou até aqui e continuaremos aqui fora enquanto for necessário”, afirmou o presidente do sindicato dos professores de Los Angeles, Alex Caputo-Pearl.
A greve foi declarada após as negociações entre a categoria e os dirigentes do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles (LAUSD, na sigla em inglês) fracassarem. O distrito é o maior do estado da Califórnia e o segundo maior do país, atrás apenas de Nova York. Com a paralisação, cerca de 1.100 escolas tiveram suas aulas canceladas.
Segundo o jornal Los Angeles Times, o poder público estaria disposto a conceder um aumento de 6% no salários dos professores, 0,5% a menos do que a reivindicação inicial da categoria. Entretanto, o distrito escolar teme desencadear manifestações de outras categorias que se motivariam pelo sucesso dos professores.
Ainda de acordo com o periódico, o recém-eleito governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, manifestou apoio ao movimento e prometeu aumentos nos orçamentos dos distritos escolares do estado. Porém, o governador pediu rapidez na resolução das negociações.
"Esse impasse está prejudicando as vidas de muitas crianças e de suas famílias. Eu convoco de forma convictas todas as partes a voltarem à mesa de negociação e encontrarem um caminho imediato para avançar e colocar as crianças de volta nas salas de aula", afirmou Newsom.
Segundo o presidente do UTLA, a mobilização acontece "no país mais rico do mundo, no estado mais rico do país, [...] em uma cidade cheia de milionários, onde os professores têm que entrar em greve para obter o básico para os nossos estudantes”.
Por sua vez, o LAUSD afirmou que "os professores merecem melhores salários e trabalhar em um ambiente onde as crianças tenham a melhor educação possível. Estamos empenhados em dar aos professores o melhor que podemos com os recursos disponíveis".
Edição: Opera Mundi