O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou que há pelo menos 200 pessoas desaparecidas após o rompimento da barragem Mina do Córrego do Feijão nesta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A Vale informou que havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade de vítimas. Os bombeiros resgataram, até o final da tarde, quatro pessoas feridas, que foram encaminhadas ao hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
O rompimento da barragem ocorreu no começo desta tarde. Uma equipe da Defesa Civil do Estado já está atuando no local. Ao menos 19 municípios mineiros devem ser atingidos pela onda de lama.
O rompimento da barragem em Brumadinho ocorre pouco mais de três anos do crime ambiental em Mariana, também em Minas Gerais – acidente que, em novembro de 2015, liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração na região, destruiu casas e deixou 19 mortos após rompimento de barragem de Fundão, da mineradora Samarco.
No fim de 2018, o Brasil de Fato publicou uma matéria que alertava sobre a ampliação da mina na cidade.
No dia 11 de dezembro, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou a ampliação da mina em Brumadinho e de outra em Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
As minas estão localizadas na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça e enfrentavam forte resistência dos moradores. A continuidade das operações nas duas minas foi aprovada com apenas um voto contrário e duas abstenções.
O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro deve viajar ao local e, no Twitter, lamentou o acidente. Ele disse que a maior preocupação no momento é "atender eventuais vítimas desta grave tragédia".
No início da semana, no Fórum Econômico Mundial de Davos, Bolsonaro afirmou que "somos o país que mais preserva o meio ambiente. Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós”.
Edição: Rute Pina