Atualizada em 28 de janeiro de 2019, às 19h57.
As equipes de resgate confirmam que foram encontrados sem vida, até o momento, 65 corpos após o rompimento da barragem da mineradora Vale, na cidade de Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25). Por outro lado, 192 pessoas foram encontradas com vida. Outros 292 continuam desaparecidas. Dos 60 mortos, 19 já foram identificados.
Um grupo de 136 militares israelenses dão apoio ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a partir desta segunda-feira (28), quarto dia de buscas.
Nesta manhã, ministros do governo e técnicos se reuniram no Palácio do Planalto para discutir a tragédia em Brumadinho (MG). Participam da reunião os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), Bento Costa Lima (Minas e Energia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional).
Segundo a Vale, o volume de rejeitos que vazou com o rompimento é de 12 milhões de metros cúbicos. A empresa anunciou nesta segunda-feira a suspensão do pagamento de dividendos para os acionistas e de bônus para os executivos, e criou dois comitês para atuar sobre a tragédia. Embora os comitês tenham a palavra “independente” no nome, os integrantes serão indicados pelo conselho da Vale, o que gera fortes críticas de movimentos sociais.
Também nesta segunda-feira, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados, Alessandro Molón (PSB/RJ) se dirige à cidade de Brumadinho para fazer um sobrevoo na região atingida.
Em São Paulo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que os executivos da Vale podem ser penalizados pela tragédia em Brumadinho.
“É preciso ter uma responsabilidade séria do ponto de vista indenizatório da empresa que deu causa a este desastre e também promover a persecução penal de pessoas e indivíduos, que precisam ser responsabilizados por esta falha”, disse.
Neste domingo (27), uma sirene de alerta foi acionada no local devido ao risco de rompimento de uma outra barragem. Cerca de 24 mil moradores tiveram que deixar suas casas e buscar refúgio em pontos mais altos da região.
Extensão do dano
A sete quilômetros do local do rompimento, a onda de lama tóxica atingiu o rio Paraopeba, afluente do São Francisco. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a lama percorreu, até o último domingo (27), 46 quilômetros pelo rio. Se estima que o barro ainda irá percorrer outros 310 quilômetros até desembocar na usina de Retiro Baixo, que está próxima à cidade de Felixlândia. Cerca de municípios mineiros devem ser diretamente atingidos pelos rejeitos.
Edição: Tayguara Ribeiro