O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou nesta sexta-feira (1) o pedido, aceito de forma liminar pelo ministro Luiz Fux em 17 de janeiro, da defesa do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender a investigação do caso Queiroz.
Agora, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) poderá seguir com as investigações criminais que envolvem o clã Bolsonaro e as movimentações financeiras atípicas do ex-motorista Fabrício Queiroz, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Para suspender as investigações, a defesa usou a prerrogativa do foro privilegiado, criticada em inúmeras ocasiões pela família Bolsonaro. Os advogados também dizem que o MPRJ obteve as informações de maneira ilegal, o que a promotoria nega.
Apesar de afirmar repetidas vezes que não tinha nada a ver com a investigação e que as explicações deveriam partir de Queiroz, o pedido da defesa de Bolsonaro evidenciou que o parlamentar está mais envolvido do que antes suposto.
A suspeita foi confirmada por uma reportagem do Jornal Nacional, que trouxe à tona documentos da Coaf que indicam 48 depósitos em dinheiro vivo, em parcelas de R$ 2.000, na conta do ex-deputado. Flávio afirmou que o valor vem da venda de um apartamento e que os depósitos foram assim feitos para “evitar pegar fila na agência”.
Esse tipo de movimentação, análoga às realizadas por Queiroz, costuma indicar tentativa de ocultação de movimentação financeira, aponta o MP.
Outra ligação suspeita também se confirmou neste janeiro, quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro emitiu um mandado de prisão para Adriano Magalhães da Nóbrega, identificado como líder da gangue criminosa de milicianos “Escritório do Crime”, acsuada de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), há um ano. A mãe e a mulher de Adriano trabalhavam no gabinete de Flávio, por indicação de Queiroz, segundo o parlamentar.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira