Perseguição

Sabrina Bittencourt, que denunciou abusos sexuais de João de Deus, é dada como morta

Filho da ativista e a presidenta do grupo Vítimas Unidas confirmaram informação, pelo Facebook, como suicídio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ativista, que criou o movimento Combate ao Abuso no Meio Espiritual (Coame), falava estar sofrendo perseguição.
Ativista, que criou o movimento Combate ao Abuso no Meio Espiritual (Coame), falava estar sofrendo perseguição. - Foto: Arquivo Pessoal

Ativista social e uma das mulheres que ajudou a desmascarar os abusos sexuais de João de Deus e Prem Baba, Sabrina Bittencourt, 38, morreu por volta das 21 horas deste sábado (2), em Barcelona, na Espanha. Ativistas dizem que causa da morte foi suicídio.

Gabriel Baum, filho de Sabrina, escreveu sobre a morte da mãe no Facebook. "Ela deu o último passo pra gente poder viver. Eles mataram minha mãe", postou. Fontes próximas à ativista também confirmaram a morte de Bittencourt à revista Marie Claire, na manhã deste domingo, (03/02). 

Maria do Carmo Santos, presidente do grupo Vítimas Unidas, criado por mulheres abusadas pelo ex-médico Roger Abdelmassih, com quem Sabrina lutava para coletar provas e reunir vítimas para denunciar crimes sexuais, também publicou uma nota de falecimento em seu perfil no Facebook.

A ativista e Doutora Honoris Causa por seu trabalho humanitário pela Universidad del Centro (UCEM), no México, escreveu post em sua conta no Facebook em que fala sobre sua vida e a luta pelas mulheres e minorias. "Marielle me uno a ti. Eu fiz o que pude, até onde pude. Meu amor será eterno por todos vocês. Perdão por não aguentar, meus filhos."

Sabrina coletou denúncias contra o médium João de Deus e criou o movimento Combate ao Abuso no Meio Espiritual (Coame).

Na tarde de sábado (2), a reportagem do Brasil de Fato recebeu mensagem de Sabrina dizendo estar sofrendo perseguição. 

No final de dezembro, a ativista contou em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato que casos de abuso envolvendo o médium João de Deus e Prem Baba não são únicos. Ela falou em acusações a 13 líderes espirituais e que tinha relatos de dezenas de vítimas.

Edição: Cecília Figueiredo