O Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 25,7 bilhões em 2018, o que representa um crescimento de 3,43% em relação a 2017. A carteira de crédito do Itaú no Brasil, ou seja, os empréstimos realizados no ano, somou R$ 473,8 bilhões, representando um crescimento de 4,2%.
Outros dois dos principais bancos que atuam no Brasil apresentaram lucros ainda maiores. O Bradesco teve um aumento de 13% nos lucros na comparação 2018/2017, e o Santander, 24,6%. O Banco do Brasil divulga seus resultados na semana que vem.
Apesar do crescimento no lucro dos grandes bancos no Brasil, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) iniciou uma campanha no final de 2018 com propostas para reduzir os juros, que segundo a economista Laura Carvalho, incluem a redução de custos administrativos, operacionais e tributários dos bancos. Com base em estudos feitos sobre medidas similares, Carvalho argumenta que não há garantias de que as propostas tenham por único efeito o aumento da lucratividade dos bancos.
Outro questionamento que os grandes bancos receberam em 2018 foi o perdão de enormes dívidas com o Estado brasileiro. Segundo o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, o governo de Michel Temer (MDB) através do Refis, perdão concedido pelo governo federal no parcelamento de débitos tributários, absolveu mais da metade das dívidas dos bancos Itaú, Santander, Safra e Rural.
Os quatro bancos negociaram uma dívida total de R$ 657,3 milhões, que conseguiram reduzir para R$ 302 milhões. Além disso, segundo o sindicato, somente em 2017, Itaú, Bradesco e Santander eliminaram cerca de 18 mil postos de trabalho.
À época, a presidenta do sindicato, Ivone Silva, questionou a medida de Temer: “Enquanto congela investimentos públicos por 20 anos, inclusive em saúde e educação, rasga a CLT com a reforma trabalhista, que teve a colaboração dos bancos, e tenta impor o fim da aposentadoria pública, o governo Temer abre mão de receitas milionárias com o perdão de dívidas do setor financeiro. Isso joga por terra o discurso de austeridade fiscal e escancara a quem serve hoje o governo federal”.
O Itaú Unibanco obteve da Justiça, ainda em 2018, uma liminar para impedir que a Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) julgasse recurso da Fazenda Nacional referente à fusão entre o Itaú e o Unibanco em 2008. A decisão permite que o Itaú deixe de pagar R$ 26,6 bilhões aos cofres públicos.
Edição: Mauro Ramos