Com intenção de arrecadar fundos para a manutenção de sua sede em São Paulo, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé” lançou um financiamento coletivo na plataforma Catarse. A entidade nasceu em 2010 com a proposta de fortalecer a luta por uma comunicação mais democrática no Brasil, apoiar os movimentos sociais e potencializar a produção jornalística da mídia alternativa.
Atualizado em 23 de fevereiro, às 9h05: A campanha superou a meta estabelecida de R$ 50 mil e termina neste sábado (23) à meia-noite.
No Brasil, 50% da mídia se concentra na mão de cinco famílias, com interesses econômicos e ideológicos parecidos, o que torna urgente a construção de outras possibilidades de fontes de informação para o fortalecimento da democracia. De acordo com Renata Mielli, secretária-geral da entidade e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o Barão de Itararé defende a liberdade de expressão e de políticas públicas em torno da democratização da comunicação, potencializando a produção de mídias alternativas vindas das diferentes regiões do Brasil.
“Com a criminalização dos movimentos sociais e a perseguição da organização sindical no Brasil, todos os ataques que visam desarticular um pensamento e uma organização popular tem impactos em organizações como o Barão de Itararé, que tem como objetivo específico manter a sede”, diz Mielli
Para contribuir com esse processo, o Barão realiza eventos e cursos em sua sede, sendo referência no debate, organização e mobilização pela comunicação popular. A entidade já tocou diversas campanhas junto de dezenas de outras organizações, como a Banda Larga é um direito seu, com a pauta de universalização da banda larga no Brasil, e a Coalizão Direitos na Rede, que discute os direitos digitais. Além disso, ocupa a coordenação geral do FNDC.
A casa já recebeu dezenas de lideranças, intelectuais, artistas e economistas importantes do campo popular, como o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, o filósofo estadunidenseNoam Chomsky, a ex-presidenta Dilma Rousseff e a economista Laura Carvalho. Além de comunicadores e entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Frente Brasil Popular, União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
A base do financiamento do Centro de Estudos são as contribuições de apoiadores do projeto através da campanha “Seja Amigo do Barão”, que ajuda na manutenção de sua ação política e promoção dos cursos e eventos como o Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais. O novo financiamento coletivo nasce no sentido de gerar recursos para o fortalecimento da entidade.
Segundo Renata Mielli,, é importante manter o funcionamento da organização por seu papel referência de organização dos movimentos populares. “A sede do Barão não é só do Barão, ela está aberta a todo movimento sindical e social”, convida a coordenadora.
Os recursos arrecadados na campanha serão destinados para as despesas de aluguel e manutenção da sede por um ano. Apoiadores que contribuírem com valores entre R$ 30 e R$ 100 entram para a galeria de apoiadores da campanha, de R$ 100 à R$ 500, ganham imãs com frases do Barão emais de R$ 500 ganham o livro “A mídia descontrolada” e imãs. Quem doar a partir de R$ 1000, tem o uso garantido do espaço para a realização de até quatro atividades em 2019.
Apoie a campanha de financiamento coletivo do Barão de Itararé por aqui.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira