Educação

Carta de mães e pais em defesa dos educadores de São Paulo tem 1,4 mil assinaturas

Cerca de 70% das escolas públicas administradas pela Prefeitura estão em greve desde 4 de fevereiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Servidores municipais estão mobilizados desde o início de fevereiro
Servidores municipais estão mobilizados desde o início de fevereiro - Sinpeem

A cada dez escolas administradas pela Prefeitura Municipal de São Paulo (SP), sete estão em greve. Os servidores protestam contra a mudança no sistema previdenciário, promovida pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que aumenta a alíquota de contribuição de 11% para 14%.

Na reunião da última sexta (22), o prefeito disse que aceitaria mudar a classificação dos dias de paralisação de “falta injustificada” para “falta justificada”, mas a categoria rejeitou a proposta, alegando que deve haver reposição dos dias de greve. 

Embora, em muitos colégios, o ano letivo não tenha sequer começado, as mães e pais de estudantes se solidarizaram com os educadores e produziram uma carta aberta, que já foi assinada por 1,4 mil pessoas. 

Confira o texto na íntegra:

"Nós, mães pais e familiares de alunos das escolas da rede pública de São Paulo, viemos por meio desta carta manifestar todo o nosso apoio à luta dos servidores públicos municipais.

Mesmo enfrentando uma situação delicada com as paralisações nas escolas, nós entendemos que a situação que leva os educadores e outros servidores à greve é ainda mais grave.

Sabemos que o momento é de extremo risco para a educação pública da cidade de São Paulo e, também, do Brasil. A política de desmonte do ensino público está evidente e é inadmissível para nós, enquanto famílias, que assistamos a tudo isso sem nos manifestarmos.

Estamos ao lado dos educadores e não concordamos com a aprovação do Sampaprev, uma reforma da previdência municipal cruelmente aprovada na Câmara dos Vereadores de São Paulo no dia 26 de dezembro de 2018, retirando direitos dos trabalhadores, aumentando a taxa de contribuição de 11% para 14%, fixa o teto do INSS em 5.839,45 para a aposentadoria do trabalhador que ingressar no trabalho após a publicação da lei, entre outros confiscos.

E, para além do nosso apoio aos educadores dos nossos filhos, também entendemos que a aprovação do Sampaprev abre caminho para que nós, cidadãos, sejamos impactados em breve pela reforma da previdência nacional.

Sendo assim, nós, mães, pais e familiares das escolas públicas da rede municipal de São Paulo apoiamos essa luta e pedimos ao poder público, em coro com os professores dos nossos filhos, a revogação imediata da lei 17020/2018. Essa é uma pauta urgente, além da valorização do trabalho dos educadores para que se possa manter a escola pública de qualidade e para todos".

Edição: Daniel Giovanaz