A estudante pessoense do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba, Laianna Janu, produziu uma propaganda de 30 segundos alertando sobre o assédio sexual no carnaval e sua tipificação como crime. A letra do vídeo é uma paródia da marchinha “Vassourinha”, um dos toques mais tradicionais da festa.
“A construção da campanha foi totalmente colaborativa com amigas que queriam apoiar a causa. Contei com uma equipe grande, composta basicamente por mulheres dando o tom de que mais do que nunca esse carnaval é nosso. Mas não tínhamos nenhuma verba, então a ideia foi passar uma mensagem direta, de foliã para folião”, explicou a estudante.
Link do vídeo da campanha: https://www.youtube.com/watch?v=4pUNQ49sQsI
Dados do Instituto Maria da Penha apontam que a cada 1,4 segundo uma mulher é vítima de assédio no Brasil. Mas no carnaval essa estatística só aumenta. Em 2016, o Instituto Data Popular apontou que para 49% dos homens, carnaval não é lugar para mulher “direita” e para 61% deles uma mulher solteira que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada.
No ano de 2017, 82,8% das mulheres afirmaram já ter sofrido assédio sexual no carnaval, segundo levantamento online realizado pelo site Catraca Livre. Dados da extinta Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Presidência da República revelaram que nos quatro dias de carnaval daquele ano, os atendimentos de assédios sexuais tiveram um aumento de 87,30%, comparado a 2016.
Em setembro de 2018, um projeto de lei que tipificou o crime de importunação sexual foi sancionado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, então presidente da República em exercício. A prática de ato libidinoso contra alguém sem consentimento era considerado uma contravenção penal, apenas com multa como punição. Agora, a importunação sexual tem de 1 a 5 anos de prisão como punição prevista. Será o primeiro carnaval após a atualização da lei.
Edição: Heloisa de Sousa