Representantes do governo de Roraima, de Pacaraima e da Venezuela negociaram nesta quarta-feira (27) a reabertura da fronteira entre os países, fechada há uma semana. A iniciativa de diálogo partiu do governador do estado de Bolívar, Justo Nogueira, aliado do presidente Nicolás Maduro. A expectativa é de que o tráfego na região seja restabelecido ainda nesta quinta-feira (28).
O encontro ocorreu na aduana ecológica de Santa Elena de Uairén, na Venezuela. Segundo uma apuração feita pelo UOL com fontes ligadas aos governos de Roraima e da cidade de Santa Elena, foram enviados por Caracas os ministros Aristóbulo Izturis, da Educação, e Luis Medina Ramírez, da Alimentação, Aloha Núñez, ministra dos Povos Indígenas, além de Nogueira e da governadora de Monagas, Yelitza Santaella. Por parte do Brasil, participaram do encontro o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), e o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (PRB).
“As cidades de Pacaraima e Santa Elena necessitam uma da outra para se manter. Diante da atual situação, solicitamos a abertura da fronteira para que as relações comerciais ocorram com normalidade”, afirmou Denarium após a reunião.
Sendo o único estado brasileiro a não fazer parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), que coordena e controla a produção de energia elétrica no país, Roraima depende da importação de energia da Venezuela. O suprimento energético não foi afetado pelo fechamento das fronteiras. O Brasil também importa calcário do país vizinho.
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Nogueira, por sua vez, destacou a importância do diálogo para “facilitar a compra de suprimentos por meio de empresas brasileiras”. Caracas importa medicamentos e alimentos do Brasil.
Resta agora a formalização por parte da Venezuela para que a fronteira entre os dois países seja reaberta.
Fechamento da fronteira
Na última quinta-feira (21), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou o fechamento da fronteira entre o Brasil e a Venezuela. A medida foi uma resposta ao governo brasileiro, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, que havia anunciado dias antes que somaria esforços com a Colômbia e os Estados Unidos para forçar o ingresso de "ajuda humanitária" no país.
Caracas afirma que a entrega da suposta ajuda humanitária é, na verdade, uma tentativa de desestabilizar o governo venezuelano, que nos últimos meses passa por uma intensificação das pressões contra Maduro.
Edição: Aline Scátola