Comunicação popular

Programa Brasil de Fato estreia com transmissão diária pelo rádio e internet

Rádio Terra HD, Rádio Brasil Atual e Rádio Super transmitem o programa de 12:00 a 13:00, de segunda a sexta-feira

São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Primeiro convidado do programa Brasil de Fato, João Paulo Rodrigues, da Direção Nacional do MST, fala sobre agricultura familiar
Primeiro convidado do programa Brasil de Fato, João Paulo Rodrigues, da Direção Nacional do MST, fala sobre agricultura familiar - José Eduardo Bernardes

A estreia em formato diário do Programa Brasil de fato, nesta segunda-feira, 11 de março trouxe muita informação popular, serviços, economia, esportes e política para mais de 25 assentamentos da tríplice fronteira das regiões sul, sudeste e centro-oeste.  

O programa, que é transmitido de segunda à sexta-feira, das 12h às 13h pela rádio web do Brasil de Fato, pela Rádio Terra HD 95,3 FM, Rádio Brasil Atual 102,7 FM e  Rádio Super 87,5 FM recebeu em sua primeira edição João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST. 

O dirigente tocou em temas sensíveis à defesa da produção alimentar popular e soberana, da reforma agrária e a urgência da publicização de conquistas e direitos adquiridos pelo movimento: "O agronegócio como um todo produz aproximadamente 100 milhões de hectares de terra, tudo. Destes 100 milhões, 80% do que se produz é soja, para exportação. Significa que todo o resto que chega na mesa seja de você aí de Terra Rica, Presidente Prudente, de Paranavaí ou do interior de São Paulo são produzidos pela agricultura familiar, ou seja, 70%. 
Os assentamentos de reforma agrária hoje aproximadamente 10% da produção do que tem em quantidade de terra. Nós estamos chegando a 10 milhões de hectares, que estão sendo controlados por agricultor familiar, por trabalhador que está produzindo alimento por este país, das mais diferentes regiões, dos mais diferentes produtos. Acho que é um avanço pra nós e ter a oportunidade de falar sobre isso aqui no programa Brasil de Fato é muito bom, porque mais gente vai saber sobre o que nossos assentamentos estão produzindo Brasil afora", diz. 

O bate-papo ainda abordou a ofensiva da direita e do atual governo, que têm em seu corpo ministerial membros da UDR, União Democrática Ruralista e a criminalização dos movimentos populares com a falácia de que ocupação de terras é sinônimo de terrorismo: 

"Acho que nós vamos ter um período muito difícil de agricultura, mas ao mesmo tempo o MST não quer cair no pessimismo de que está tudo acabado. Nós avaliamos que o que está muito difícil de avançar será a desapropriação de novas áreas para fazer assentamento das famílias que estão acampadas. Nós temos aproximadamente no país inteiro 100 mil famílias acampadas, inclusive aí nas nossas regiões. Muitas dessas áreas nós vamos conseguir via luta com o governo do estado e claro, agora no mês de abril nós devemos fazer uma jornada de mobilização para pedir para o governo Bolsonaro e para quem quer que seja, que assente as famílias que estão acampadas em todo país", afirma. 

O dirigente parabenizou a iniciativa do Brasil de Fato, cumprimentou companheiros e companheiras das cidades de Colorado, Paranavaí, Teodoro Sampaio que estão sintonizadas nas rádios parceiras e deixou uma mensagem de otimismo, alegria e luta:
“O sem-terra não enrola: ocupa terra, ouve boa música e joga bola”, conclui. 

Ouça o programa na íntegra no áudio acima. 


 

Edição: Mauro Ramos