Educação

Não há plano de prevenção de violência nas escolas de SP, diz presidenta da Apeoesp

Ao todo, foram confirmadas dez mortes na escola estadual Raul Brasil em Suzano, na Grande São Paulo

São Paulo |

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Professora não defende militarização nas escolas, mas reforça importância do policiamento no entorno
Professora não defende militarização nas escolas, mas reforça importância do policiamento no entorno - Apeoesp/Divulgação

Após o massacre em uma escola estadual de Suzano na manhã desta quarta-feira (13), a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, disse em entrevista à Rádio Brasil de Fato que não há um plano de prevenção em violência escolar. 

“Não há plano desse tipo. O lamentável é que a entidade sindical possui pesquisas que apontam atentados de alunos contra professores, entre os próprios  alunos e a violência no entorno da escola. Esses dados já foram apresentados ao governo do estado para ter um plano de prevenção da violência nas escolas ”, comenta. 

Azevedo defende que para manter a escola protegida é preciso ter mais profissionais responsáveis pela segurança, que conheçam a comunidade escolar. Segundo a dirigente, durante a gestão de Mário Covas (1995-2001), esses profissionais foram cortados para enxugar custos. “Ele conhecia cada aluno, sabia quem entrava e saia. Se um pai queria saber se o seu filho tinha saído, por exemplo, ele ia até esse profissional. Esse profissional foi cortado e a escola ficou mais vulnerável. Hoje de que forma esses atiradores entraram?”, questiona a professora.

O advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direito da criança e do adolescente, também fala sobre a necessidade de controle no acesso às escolas. E lembra que diminuir recursos para educação pode prejudicar ainda mais a situação. "A segurança nas escolas públicas é precária! Não existe a obrigatoriedade de uso de uniforme. Não tem controle de entrada nas escolas, com carteirinhas magnéticas ou mesmo carteirinha com fotos. Muitas vezes não tem nem funcionários nas portas de entrada das escolas verificando quem é ou não aluno".

A dirigente da Apeoesp reforça que a entidade não defende a militarização das escolas, mas a importância da ronda no entorno. "De certa forma é preciso um policiamento próximo da unidade quando ocorre incidentes como esse dentro da escola. É impossível que há mais de quase três décadas estamos batendo na mesma tecla com o Estado sobre reforçar a segurança nas escolas e os professores e a equipe escolar continuem sozinhos para defender isso". 

 

Edição: Anelize Moreira