A vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada há um ano no Rio de Janeiro (RJ), tornou-se inspiração para trabalhadores e trabalhadoras dentro e fora do Brasil. Nesta quinta-feira (14), em que o crime completa um ano, o acampamento “Marielle Vive”, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), onde vivem mais de 1,1 mil famílias, realizou uma assembleia e um ato em homenagem à parlamentar.
Os agricultores, acampados desde abril de 2018, enalteceram o legado da vereadora e disseram que ela os encoraja na luta por moradia. Para Cícera Alves Bezerra, coordenadora do setor de educação do acampamento, as palavras de Marielle ainda ecoam e servem de inspiração.
“Foi um exemplo, com tudo o que a gente ouvia ela falar. Em todas as questões da sociedade, principalmente em relação às mulheres negras, à educação”, afirma.
Faixas com os dizeres “Marielle Presente” e “Quem Matou Marielle?” foram expostas na entrada do acampamento. Entre os participantes da atividade, estavam moradores acampados e políticos locais, como a presidenta do PSOL de Campinas (SP), Marcela Moreira.
“A importância de lembrar Marielle é porque ela era luta. E a melhor forma de homenageá-la é com luta. Os que mataram foram presos, mas a gente quer saber quem mandou matar. Por isso, temos que continuar em luta”, disse a presidente da PSOL em Campinas.
“Marielle Vive”
O terreno foi ocupado pelo MST em abril do ano passado e desde então, sofreu várias tentativas de desapropriação. A área, uma fazenda improdutiva de cerca de 50 hectares, é reivindicada pela empresa Eldorado Empreendimentos Imobiliários.
Cercada por condomínios residenciais de luxo, a ocupação também trava luta contra forte especulação imobiliária na região.
Nas próximas semanas, uma decisão judicial poderá decidir se a área permanecerá com os integrantes do MST, que utilizam os terrenos para produção de alimentos agroecológicos.
Edição: Daniel Giovanaz