Dois ataques armados contra mesquitas na Nova Zelândia deixaram pelo menos 49 mortos e dezenas de feridos na manhã desta sexta-feira (15, noite de quinta-feira no Brasil). A polícia do país mobilizou todo o arsenal e contingente para a região e prendeu três suspeitos, mas não divulgou o nome dos detidos. Os atentados estão sendo tratados como crime de ódio cometidos por supremacistas brancos contra imigrantes e muçulmanos.
Os atentados aconteceram em duas mesquitas próximas, Linwood e Al Noor, em Christchurch, maior cidade da Ilha Sul.
Um australiano identificado como Brenton Tarrant, de 28 anos, fez uma transmissão de 17 minutos ao vivo pelo Facebook em que aparece dirigindo até uma mesquita, entrando e atirando a esmo nas pessoas.
Tarrant publicou um manifesto de 74 páginas na internet, em que se declara “nacionalista étnico” e “ecofascista”. No documento, o autor fala em criar “uma atmosfera de medo” contra muçulmanos.
A escolha de armas de fogo para executar o atentado foi justificada por Tarrant para ter “o máximo de publicidade”, pelo “efeito no discurso social, a maior cobertura midiática que promoveria e o efeito que poderia ter na política dos Estados Unidos e, portanto, na situação política do mundo”.
A ação, segundo o autor do manifesto, teria sido planejada por dois anos. Originalmente, a Nova Zelândia não era alvo, mas o suspeito decidiu pelo país há três meses, alegando a intenção de deixar a mensagem de que “lugar nenhum do mundo está seguro”.
Reação
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, condenou os ataques e a motivação de ódio por trás dos crimes. “Não somos um alvo por sermos um porto seguro para aqueles que têm ódio. Não fomos escolhidos para esse ato de violência por sermos coniventes com o racismo, por sermos um enclave para o extremismo”, afirmou. “Fomos escolhidos exatamente pelo fato de não sermos nenhuma dessas coisas.”
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, confirmou que um dos detidos é cidadão de seu país e classificou-o como um “terrorista violento de extrema direita”.
A polícia reforçou a segurança em pontos importantes da cidade, incluindo o hospital para onde as vítimas estavam sendo levadas, pelo receio de que pudesse haver novos ataques.
*Com informações de The Guardian, NZ Herald e New York Times
Edição: Aline Scátola