Para barrar apoiadores do líder opositor venezuelano Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, que decidiram entrar à força em sedes diplomáticas da Venezuela nos EUA, integrantes de movimentos anti-imperialistas promovem ações de vigília e ocupação dos edifícios.
Na segunda-feira (18), três instalações diplomáticas da Venezuelana nos Estados Unidos foram invadidas por apoiadores de Guaidó, entre eles o representante do autoproclamado no país, Carlos Vecchio, que esteve presente na aditância militar do país em Washington.
Os outros dois edifícios invadidos foram o consulado de Nova York e outro que no passado abrigou a aditância militar e naval também em Washington. Porém, o consulado já foi desocupado.
Vecchio tentou fazer uma coletiva de imprensa fora da sede da capital estadunidense, mas foi surpreendido por manifestantes que o chamavam de "ladrão". Ele tentou dar seguimento à entrevista aos repórteres no interior do prédio, mas os ativistas contrários à invasão bloquearam a entrada.
Para enfrentar qualquer tentativa de entrada de partidários de Guaidó na embaixada da Venezuela nos EUA, localizada em Washington, onde funciona a sede da diplomacia venezuelana, ativistas anti-imperialistas montaram um acampamento no local. Os manifestantes defendem a soberania da Venezuela e apoiam o governo do presidente Nicolás Maduro. Entre as frases do protesto, a principal é "EUA, tirem as mãos da Venezuela".
A ativista política estadunidense Medea Benjamin, co-fundadora do movimento feminista Code Pink, é uma das integrantes do Movimento Anti-imperialista em Defesa da Venezuela, criado por diversos grupos e organizações dos Estados Unidos.
“Dormíamos na embaixada da Venezuela em Washington DC quando ouvimos que a oposição tinha tomado o consulado de Nova York e o escritório do adido militar em Washington. Isso é loucura”, escreveu em redes sociais Medea, acompanhada de uma foto sua dentro da embaixada.
“Estamos protestando contra o roubo de propriedades do governo venezuelano pela oposição venezuelana”, agregou Medea Benjamin.
Já na tarde dessa quarta-feira (20), a jornalista da Telesur em Washington, Alina Duarte, informou que os militantes seguem em vigília na embaixada venezuelana na capital dos Estados Unidos. “Ativistas decidiram passar outra noite na embaixada, diante da ameaça da oposição venezuelana. Também convocaram mobilizações”, reportou.
Posição oficial
O governo venezuelano publicou um comunicado denunciando a invasão de opositores em suas instalações diplomáticas. “O governo da Venezuela denunciou a ocupação forçosa e ilegal de suas sedes diplomáticas localizadas nos Estados Unidos. Essa é uma franca violação do Convênio de Viena sobre relações diplomáticas”, diz a nota assinada pelo chanceler Jorge Areaza.
O governo Maduro também exigiu que Washington "cumpra com suas obrigações de direito e toma as medidas necessárias para reverter esta situação".
Desde o final de janeiro deste ano, a Venezuela rompeu relações diplomáticas com os EUA, após o país norte-americano apoiar o golpe em curso capitaneado pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó; e o corpo diplomático venezuelano foi direcionado a sair dos EUA.
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Edição: Vivian Fernandes