A Controladoria-Geral da Venezuela decidiu nesta quinta-feira (28) suspender por 15 anos os direitos políticos do deputado opositor Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente do país no fim de janeiro, além de determinar a perda do mandato parlamentar. A punição é prevista na Lei Anticorrupção da Venezuela.
“Juan Guaidó terá a pena máxima de 15 anos sem poder desempenhar qualquer cargo público, por fraude fiscal, ao não declarar gastos com viagens e alojamentos dentro e fora do país”, afirmou o controlador-geral Elvis Amoroso.
Segundo Amoroso, Guaidó cometeu “flagrante violação sistemática do dever” dentro da Assembleia Nacional. “[O deputado] usurpou funções públicas e cometeu ações com governos estrangeiros que prejudicaram o povo da Venezuela e o patrimônio público”, disse Amoroso.
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“Cada um dos deputados faz sua declaração juramentada. Todo veículo ou ingresso [financeiro] que possa ter deve ser declarado na CGR [Controladoria-Geral da República], por isso se aplicam essas sanções ao deputado em desacato Juan Guaidó”, afirmou.
Desde que tomou posse, de acordo com dados da imigração venezuelana, o deputado realizou mais de 91 viagens ao exterior, a um custo de mais de 310 milhões de bolívares, que não foram declarados.
Amoroso ainda afirmou que Guaidó esteve mais de oito meses fora do país com gastos em alojamento que excedem 260 milhões de bolívares, também sem comprovação da origem dos recursos.
A investigação contra Guaidó foi aberta no dia 11 de fevereiro. Na época, Amoroso disse que o deputado iria passar por uma “auditoria patrimonial” após denúncias de que "supostamente ocultou, falseou dados contidos na sua declaração juramentada de patrimônio e recebeu dinheiro proveniente de instâncias internacionais e nacionais sem nenhum tipo de justificativa”.
Em pronunciamento diante de estudantes de Engenharia em uma instituição de ensino em Caracas, Guaidó criticou a Controladoria e a Assembleia Nacional Constituinte, dizendo que ambas "não existem".
O deputado de direita ainda afirmou que a ANC "não fala de uma Constituição, motivo para o qual ela foi criada, mas somente utilizam a 'lei do ódio' e a figura de um homem que iria me inabilitar".
*Com teleSUR
Edição: Opera Mundi