Coluna

Há que ter esperança e resistir à tempestade

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O presidente eleito vem manifestando posicionamentos questionáveis, como o elogio á ditadura militar
O presidente eleito vem manifestando posicionamentos questionáveis, como o elogio á ditadura militar - Igor Siqueira
A tortura é máxima exigência de quem detém o poder

A tortura é máxima exigência de quem detém o poder de uma situação sobre quem não o detém. Tal termo suscita vários outras ideias. Nos faz lembrar o período de ditadura militar no Brasil em que se torturava, estuprava e matava em “nome da política”. O presidente eleito vem manifestando dentre posicionamentos que confrontam os princípios cristãos, fortalecem a ideia da desigualdade entre os seres humanos, o elogio à tortura. 
No entanto, as mentiras inventadas durante a eleição, tendo o “kit gay” como carro chefe, com a velocidade em que surgiram também esvaneceram. A Reforma da Previdência que altera a legislação referente à aposentadoria, benefícios e direitos trabalhistas está na ponta da agulha do governo aliado aos interesses dos Estados Unidos.
Mesmo para quem não votou no presidente eleito, a sensação de que coletivamente estamos sendo enganados, pois que pelo sentimento de pertença enquanto povo brasileiro que vive do suor do seu trabalho, podemos afirmar com certa tranquilidade de que as promessas de campanha não passavam de mentiras inventadas para despistar os verdadeiros interesses de um governo que tem como principal esforço entregar as riquezas nacionais e, portanto reforçar os laços de submissão do Brasil em relação a outros países.
O grau de confusão a que estamos metidos pode ser exemplificado pelo caso na escola em Suzano, em que nos encontramos importando o uso da violência pela violência e o apelo à irracionalidade como modelo de relações humanas. A piora nas condições de vida de um povo somado ao apelo ao ódio a tudo que se mostra diferente do que cada indivíduo acredita nos coloca frente a um cenário de grandes riscos.
Tortura como intenção de infligir dor e humilhação, como impossibilidade de se aposentar ao final de uma vida de trabalho árduo para sustentar a família e filhos, tortura ao sabermos que os jovens negros das periferias serão assassinados com o aval do Estado, que as mulheres serão assassinadas pelas armas incentivadas por um governo que estimula os valores da ganância, mentira, hipocrisia.
Não há caminho sem volta. Há que ter esperança e resistir à tempestade. Cada um de nós tem responsabilidade em tentar virar o barco no sentido de ultrapassarmos com vida essa maré.

Edição: Monyse Ravenna