O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, renunciou ao cargo nesta terça-feira (2), segundo informações da agência oficial APS. O argelino governava o país há 20 anos e havia anunciado no dia 11 de março que não tentaria um quinto mandato.
Com a saída de Bouteflika, o presidente do Parlamento argelino, Abdelkader Bensalah, assume o poder. Bensalah terá 45 dias para convocar, e organizar, uma eleição presidencial.
Bouteflika havia anunciado na segunda-feira (1) que não iria terminar seu mandato e que sua renúncia aconteceria antes do final de abril.
Desde fevereiro, o mandatário estava sendo pressionado a renunciar a presidência após massivas manifestações nas cidades argelinas. Manifestantes também pediam a renúncia de seus colaboradores, e o início de uma transição política que incluísse eleições universais e inclusivas.
No dia 26 de março, o chefe do Exército e do Estado Maior da Argélia, Ahmed Gaid Salh, pediu que Bouteflika se declarasse incapacitado de exercer o poder e que deixasse o cargo devido ao seu estado de saúde. O agora ex-mandatário sofreu um acidente vascular cerebral em 2013.
O pedido de Salah era baseado no artigo 102 da Constituição, que estabelece que os parlamentares podem declarar "estado de impedimento" quando o presidente da República, em decorrência de enfermidade grave e duradoura, é totalmente incapaz de exercer suas funções.
Edição: Opera Mundi