Relatório divulgado nesta segunda-feira (08) pela Oxfam Brasil com dados do Instituto Datafolha revela que 86% da população brasileira entende que o progresso do país depende da diminuição da desigualdade entre pobres e ricos. Os números também apontam uma maior percepção em relação à pesquisa anterior, de 2017, de que racismo e machismo influenciam nas desigualdades da sociedade.
A pesquisa foi realizada por meio de abordagem de entrevistados em 130 cidades e municípios espalhados por todas as regiões Brasil em fevereiro de 2019. O principal intuito foi entender a percepção da sociedade em relação aos problemas de desigualdade social e identificar qual o papel do Estado na resolução destas questões.
O resultado mostra que 84% dos entrevistados concordam que é de obrigação dos governos a diminuição entre os muito ricos e muito pobres, e 94% apoiam que os impostos pagos devem beneficiar os menos favorecidos. Além disso, 77 % concordam com o aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais.
No entanto, ainda há uma distorção no sentido de identificar quem são os ricos e pobres do país e também uma falta de compreensão da real desigualdade do Brasil, que está entre as maiores do mundo.
Com a maior percepção de que às questões raciais influenciam na desigualdade, 52% dos entrevistados concordam que negros ganham menos no trabalho somente por serem negros. O relatório também indica que 71% concorda que a justiça não funciona igual para todos os tons de pele e que os negros sofrem penas mais duras.
Em relação à desigualdade de gênero, o relatório mostra que 86% dos brasileiros entrevistados discordam que as mulheres deveriam se dedicar somente a cuidar da casa e dos filhos. Porém, a percepção entra em contraste com a realidade do país, onde as mulheres dedicam, em média, 18 horas da semana para afazeres domésticos, 8 horas a mais em relação aos homens.
Além de entender a percepção brasileira, a realização do relatório da Oxfam em parceria com o DataFolha teve como objetivo abrir discussões sobre como solucionar os problemas constatados na pesquisa e contribuir para aprofundar o diálogo sobre a construção de um Brasil mais justo.
Edição: Aline Carrijo