Resultados preliminares divulgados nesta quarta-feira (10) apontam que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá o caminho livre para o seu quinto mandato -- o quarto consecutivo -- à frente do país.
Com 97% das urnas apuradas, o Likud, partido do premiê, deverá conquistar 35 cadeiras no Parlamento israelense, mesmo número que a Legenda Azul e Branco, de seu principal adversário, o centrista e ex-chefe do Estado Maior do Exército Benny Gantz.
Embora o resultado representa um empate, o partido do premiê demonstra maior capacidade de fazer alianças. Dessa forma, a estimativa é de que o Likud em coalizão com partidos aliados de direita garantam 65 do total de 120 assentos do Parlamento, o que é suficiente para consolidar a maioria e formar um novo governo sob a liderança de Netanyahu.
O premiê reivindicou a vitória durante um discurso aos integrantes de seu partido e apoiadores feito em Tel Aviv. “O bloco direitista liderado pelo Likud obteve uma vitória clara. Agradeço aos cidadãos de Israel pela confiança. Vou começar a formar um governo de direita com nossos parceiros já esta noite”, afirmou o premiê.
Caso a tendência de permanecer no cargo seja confirmada após a formação do governo, Netanyahu será o primeiro-ministro a passar mais tempo no cargo, superando David Ben-Gurion, o primeiro a chefiar o Estado de Israel quando ele foi criado, em 1948.
Benny Gantz também comemorou o desempenho do Azul e Branco e indicou que ainda pretende disputar o cargo de primeiro-ministro. “É um dia histórico, mais de um milhão de pessoas votaram em nós. O presidente deve nos atribuir a responsabilidade de formar o próximo governo porque somos o partido mais importante”, afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já parabenizou Netanyahu, um de seus maiores aliados, e afirmou que o resultado é “um bom sinal para paz”.
Resultado apertado
O mandato atual de Netanyahu foi marcado por denúncias de corrupção, fraude e suborno. O premiê, no entanto, tentou se esquivar das acusações apostando no que considera “sucessos” de sua administração no que diz respeito à política externa israelense.
Entre as conquistas reclamadas pelo conservador está sua boa relação com Trump, além da aproximação com os governos de direita da Hungria, liderado por Viktor Orban, e do Brasil, de Jair Bolsonaro (PSL).
No entanto, os casos de corrupção levaram Netanyahu a perder popularidade, o que fez com que as eleições realizadas nesta segunda-feira (8) fossem as mais apertadas da última década.
Edição: Daniel Giovanaz