O governo Bolsonaro elevou em 63% os gastos de verbas publicitárias nos primeiros três meses de governo, em comparação com igual período de 2018, no governo golpista de Michel Temer. De acordo com o portal UOL, com dados levantados junto à Secretaria Especial de Comunicação (Secom), só neste trimestre já foram gastos R$ 75,5 milhões com propaganda.
A reportagem afirma que, com Bolsonaro no poder, a Record e o SBT ultrapassaram a Globo e agora são os grupos de comunicação que mais recebem verbas publicitárias do governo federal. Só neste ano, a Record já recebeu R$ 10,3 milhões, enquanto o SBT ficou com R$ 7,3 milhões. A Globo obteve R$ 7,07 milhões.
O crescimento do faturamento publicitário da Record com a Secom no primeiro trimestre é de 659%, considerando a variação da inflação no período.
Os números da Secom indicam que os gastos com publicidade institucional foram de R$ 44,5 milhões no primeiro trimestre de 2018 e alcançaram R$ 75,5 milhões no mesmo período de 2019. Segundo o UOL, esses valores são referentes aos gastos do órgão com o pagamento de agências de publicidade, pesquisas de opinião pública, comunicação digital e repasses a veículos de comunicação em todo o Brasil.
Os dados desmentem declarações de Bolsonaro em janeiro. Em cerimônia de posse dos novos presidentes dos bancos públicos, ele afirmou que não haveria "privilégios a alguns órgãos de comunicação" e prometeu cortar verbas de anúncios do governo.
A Rede Record é ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo bispo Edir Macedo, que declarou apoio à candidatura de Bolsonaro à Presidência em setembro do ano passado. De lá para cá, o presidente já concedeu duas entrevistas exclusivas ao canal.
O SBT, do empresário Silvio Santos, também estreitou suas relações com o presidente. Silvio também declarou apoio a Bolsonaro durante as eleições e os dois tiveram encontros pessoais. Após a eleição de Jair, o SBT colocou em sua grade o slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o”, expressão utilizada mo período da ditadura civil-militar, associada à repressão de movimentos e ideias contrários ao governo.
Em nota, o governo argumenta que os valores não têm relação com as ações de Bolsonaro e que são medidas autorizadas pelos governos anteriores.
Edição: Rede Brasil Atual