TENTATIVA DE GOLPE

Maduro afirma que militares se mantêm leais; Grupo de Lima se mobiliza para reunião

Presidente venezuelano se manifestou no Twitter negando levante militar e convocando “a máxima mobilização popular"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) e Caracas (Venezuela) |
Do lado opositor, ministro de Relações Exteriores colombiano diz que Grupo de Lima está se mobilizando e deve reunir-se
Do lado opositor, ministro de Relações Exteriores colombiano diz que Grupo de Lima está se mobilizando e deve reunir-se - Foto: Daniel Gasparri Rey / Twitter

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se pronunciou pela primeira vez sobre a tentativa de golpe liderada por Juan Guaidó nesta terça-feira (30). O líder chavista, no cargo desde 2013 e reeleito em 2018 para o seu segundo mandato, tuitou:

"Nervos de Aço! Conversei com os comandantes de todos os REDI (Região Estratégica de Defesa Integral) e ZODI (Zona Operativa de Defesa Integral) do país, que manifestaram total lealdade ao povo, à Constituição e à Pátria. Eu chamo à mobilização popular máxima para assegurar a vitória da paz. Nós vamos vencer!”

De acordo com informações da Telesur, o foco de ação dos opositores está nos arredores da Base Aérea de La Carlota, na capital Caracas. Cerca de 30 militares, junto a manifestantes de guarimbas (protestos violentos), estão bloqueando uma rodovia na região de Altamira, bairro onde as ações golpistas têm se concentrado. Ainda segundo a Telesur, esse grupo está disparando rajadas de tiros, pedras e coquetéis molotov contra a Base Militar.

Próximo dali, na praça de Altamira, Juan Guaidó lidera uma manifestação de opositores.

Grupo de Lima deve reunir-se

O ministro de Relações Exteriores da Colômbia informou, também através do Twitter, que, a mando do presidente colombiano, Iván Duque, está convocando uma reunião do chamado Grupo de Lima.

Criado em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de “denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela”, o Grupo de Lima é formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. 

Durante a manhã, o Ministro de Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, declarou o apoio do governo brasileiro a Juan Guaidó no que chama de “transição democrática”, mas afirmou ser necessário analisar as informações que chegam da Venezuela para ter a dimensão real do que está acontecendo.

Diosdado Cabello: “Nunca chegarão a Miraflores”

Nas imediações do Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, pessoas seguem chegando para montar guarda em defesa da revolução bolivariana.

O presidente da  Assembleia Nacional Constituinte e vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, discursou afirmando que “a tentativa de golpe foi derrotada” e denunciou uma articulação do “imperialismo estadunidense que mantém um bloqueio contra a nação venezuelana e articula um golpe de estado contra Nicolás Maduro”.

*Colaborou Michele de Mello, de Caracas.

Edição: Rodrigo Chagas