O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento em rede nacional na noite da última terça-feira (30), marcada por uma tentativa frustrada de golpe por parte dos opositores Juan Guaidó e Leopoldo López.
O chefe de Estado enalteceu a resistência da população, que, segundo ele, ajudou a evitar uma intervenção antidemocrática no Poder Executivo. O que está por trás de todas as ofensivas golpistas, na interpretação do presidente, é o interesse estadunidense nas reservas de petróleo do país bolivariano.
"A garantia de paz e de existência da Venezuela é esse povo mobilizado, lindo e indestrutível, com sua consciência e seu poder", disse, em tom de agradecimento. Maduro aproveitou a oportunidade para reforçar o convite para que os venezuelanos lotem as ruas do país no 1º de maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores.
Conforme o relato de Maduro, cerca 80% dos militares que aderiram à insurreição no bairro de Altamira na manhã de terça disseram ter sido enganados pela oposição. Quando perceberam que quem estava à frente da ação eram López e Guaidó, recuaram imediatamente.
"Digo a todos os soldados: alerta máximo diante das enganações e defesa máxima da moral e da paz no país", endossou.
Durante todo o discurso, Maduro denunciou a atuação de governos e meios de comunicação estrangeiros, em especial dos Estados Unidos, que mais uma vez tentaram emplacar a narrativa de "caos na Venezuela", sem sucesso.
Ao final, jurou manter a resistência e a coragem frente ao imperialismo. "Vocês me fizeram presidente da República. Fui leal com minha vida e minha pele ao legado do comandante Chávez. Logo me reelegeram em meio a circunstâncias de sabotagem imperialista. Seguirei governando, apegado à Constituição, em meio às agressões e mentiras dos Estados Unidos", disse. "O caminho não é o golpe, mas sim, a paz. Sigamos unidos e com amor. Até a vitória", concluiu.
Edição: Daniel Giovanaz