Sextas pelo Futuro

Jovens protestam por ações contra mudanças climáticas na Assembleia Legislativa do RS

Ação conhecida como greve estudantil faz parte do movimento mundial Fridays For Future (Sextas pelo Futuro)

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Beatriz Giering, André Corso e Helena Jacobus realizaram protesto na entrada do legislativo gaúcho
Beatriz Giering, André Corso e Helena Jacobus realizaram protesto na entrada do legislativo gaúcho - Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira (3), um grupo de jovens protestou na entrada da Assembleia legislativa do Rio Grande do Sul pela urgência de mudanças frente ao aquecimento global. A ação faz parte do movimento Fridays For Future (Sextas pelo Futuro), em que estudantes se ausentam das atividades escolares nas sextas-feiras para chamar a atenção dos representantes políticos e da sociedade sobre a necessidade de ações concretas pelo meio ambiente.

“Escolhemos a Assembleia pois é o centro decisório mais próximo da gente. Temos a aspiração de fazer nossas demandas serem conhecidas por nossos governantes e representantes locais, já que muitas vezes a causa ambiental sequer é percebida como tendo uma agenda política própria”, afirma o estudante de Ciências Econômicas da UFRGS, André Corso, que participou do protesto.

O jovem entende como fundamental a realização de ações de sustentabilidade para cuidar da terra para as futuras gerações. “A comunidade científica é praticamente unânime ao dizer que a civilização humana corre sério risco se não mudarmos profundamente nosso estilo de vida. Nós, jovens, não entendemos porque o mundo adulto diz para estudarmos se ele também se recusa a escutar gente estudada sobre mudança climática, reflete.

Preocupação com atual política ambiental brasileira

Corso não fala oficialmente pelo movimento mas critica os caminhos tomados pelo governo Bolsonaro com a questão climática. Para ele, são claros "os retrocessos na política ambiental. O Brasil detém uma das maiores áreas de floresta tropical do mundo, é o país mais biodiverso, com extensas reservas aquíferas e potencial mitigador. Proteger a natureza aqui é tanto de interesse nacional quanto também internacional.”

Para o grupo que realizou a greve estudantil na Assembleia, quem se preocupa com o futuro deve fazer o que estiver ao seu alcance pra conscientizar e rever hábitos próprios e da comunidade ao seu entorno. Eles também pedem que, nas redes sociais, sejam usadas as hashtags do movimento (#fridaysforfuture, #climatestrike, #extinctionrebellion). Para saber mais sobre o movimento e participar das reuniões em Porto Alegre, acesse o site do Fridays for Future (fridaysforfuture.org).

Movimento ganha destaque mundial

A adolescente sueca Greta Thunberg foi fundadora do movimento. Foto: Divulgação\Instagram 

No dia 15 de março de 2019, o movimento alcançou números impressionantes no mundo. Cerca de 2 milhões de pessoa pessoas em 128 países participaram da greve global dos estudantes contra as mudanças climáticas. No Brasil, o movimento aconteceu em 24 cidades.

O protesto levou à convocação de um encontro emergencial, em setembro, em Nova York, para dar uma resposta às demandas das novas gerações. O anúncio foi feito pelo Secretário-geral da ONU, António Guterres, em artigo publicado no jornal inglês The Guardian.

O movimento global começou com a iniciativa de Greta Thunberg, adolescente sueca de 16 anos que desde o ano passado vai par afrente do Parlamento do seu país para exigir medidas contra o aquecimento global e ganhou o mundo. A jovem foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por suas iniciativas contra as mudanças climáticas e já discursou na Conferência do Clima da ONU e no Fórum Econômico Mundial de Davos.

Edição: Redação RS