O deputado federal Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, acumula sete passaportes democráticos, são seis, para a companheira e os cinco filhos, além do próprio. O levantamento foi feito pelo UOL, que divulgou os nomes apenas dos oito parlamentares com mais parentes utilizando o documento. Desses, sete são integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Além de Rodrigo Maia, recém filiado à FPA, os demais deputados federais ligados à bancada ruralista, todos com seis passaportes distribuídos entre familiares, são: Arthur Lira (PP-AL), Celso Sabino (PSDB-PA), Cláudio Cajado (PP-BA), Edilázio Júnior (PSD-MA), Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) e Marcelo Aro (PP-MG). Somente Josias da Vitória (CIDADANIA-ES) não está na fileira dos parlamentares alinhados com o agronegócio.
Ainda de acordo com UOL, foram impressos 404 passaportes diplomáticos para parentes de deputados federais. Número superior ao de parlamentares que possuem o benefício, 369. O documento tem validade de quatro anos e garante passagem direta pelas filas de imigração nos aeroportos, além de facilitar acesso a vistos.
O decreto número 5.978, determina que a impressão do passaporte diplomático pode ser concedido apenas para presidentes, vice, ex-presidentes, ministros, governadores dos estados, diplomatas (em carreira e aposentados), senadores, deputados federais, ministros do Supremo Tribunal Federal, juízes brasileiros que atuam em Tribunais Internacionais, Procurador Geral da República e Sub-Procuradores Gerais do Ministério Público.
Base do governo
A FPA, através da sua presidenta na época, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), manifestou apoiou público à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto, ainda antes do primeiro turno das eleições, no dia 2 de outubro de 2018. A bancada ruralistas contava com 261 parlamentares, entre senadores e deputados. Após o pleito eleitoral, o agronegócio passou a contar com 257, do total de 513 representantes no Congresso Nacional.
Na política do toma lá, da cá, os ruralistas aguardam Jair Bolsonaro enviar ao Congresso Nacional uma proposta para anistiar as dívidas previdenciárias das empresas do agronegócio, com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Estima-se que o calote do agronegócio pode chegar em R$ 17 bilhões.
Edição: Rodrigo Chagas