A transnacional de origem alemã Bayer foi condenada nesta semana a pagar mais de US$ 2 bilhões a um casal estadunidense. Os dois alegaram que o Roundup, produto cuja substância base é o glifosato, foi o responsável por terem contraído câncer.
Está a terceira condenação consecutiva da Bayer nos EUA referente ao produto, adquirido pela empresa quando da aquisição da Monsanto. De todas as sentenças, está foi a que impôs o maior valor de reparação. O júri na Corte Superior do Condado de Alameda, localizado em Oakland, Califórnia, estipulou uma indenização compensatória total de US$ 55 bilhões e uma punição de US$ 2 bilhões.
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Por conta da jurisprudência da Suprema Corte dos EUA, que estabelece uma proporção com limites para indenizações, os valores podem ser reduzidos através de apelações.
A Bayer enfrenta, apenas nos EUA, mais de 13 mil processos judiciais relacionando seus produtos ao desenvolvimento de câncer. Na mesma data da condenação, segunda-feira (13), a companhia alemã afirmou estar “desapontada” com o resultado e disse que recorrerá da decisão.
No Brasil, o glifosato é liberado pela Justiça, e continua sendo o herbicida mais utilizado na agricultura.
O caso
Alva e Alberta Pilliod apresentaram a denúncia após terem contraído linfoma não-Hodgkin.
“Estamos lutando contra o câncer por mais de nove anos e não podemo fazer nada das coisas que gostaríamos de fazer. Nós responsabilizamos, sim, a Monsanto por isso”, protestou.
Alberta também pediu que a Bayer coloque um aviso sobre os riscos trazidos pelo Roundup no rótulo do produto.
“O contraste entre a decisão do juri e a posição [da Agência de Proteção Ambiental dos EUA) de que não há possíveis riscos para a saúde decorrentes dos atuais usos permitidos do glifosato não poderia ser mais evidente”, afirmou a Bayer.
Um dos advogados do casal, Brent Wisner, respondeu: “A Monsanto continua negando que causa câncer, e essas duas pessoas boas são vítimas desse engano”.
Edição: Aline Carrijo