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Início Bem viver Cultura

arte

Artigo | 40 anos de um Engenho Teatral

Controle sobre o meio e modo de produção do Grupo contribui para a elaboração estética e contra-hegemônica

16.maio.2019 às 13h30
São Paulo (SP)
Fábio Resende
Engenho Teatral está fixado próximo à estação Carrão do Metrô

Engenho Teatral está fixado próximo à estação Carrão do Metrô - Divulgação

O Engenho surge na cidade de São Paulo em 1979, inicialmente com o nome de Apoena. Em 1986 une forças ao Grupo Engenho de Arte e passa a se chamar Engenho Teatral. Eram dois grupos que vinham de uma experiência prática comum e possuíam a mesma insatisfação com as limitações da produção teatral profissional de sua época: a falta de condições materiais para realização dos trabalhos, a relação formal e comercial com o público e as limitações impostas pela ditadura civil militar.

A questão inicial para o Engenho Teatral, segundo Luiz Carlos Moreira, integrante fundador do Grupo, era romper com isolamento social que a maior parte da produção teatral da cidade, localizada no centro de São Paulo e conhecida como “modo de produção do bixiga” estava submetida e alicerçada. Esse rompimento foi necessário para o enfrentamento de questões que exigiram respostas práticas. “Quais os interesses e exigências da realidade brasileira que devem nortear o Grupo? Como levar o teatro ao dito público popular (classe trabalhadora)? Como superar as barreiras culturais, estéticas, financeiras, a falta de espaço físico e acessível a este público e sua falta de tempo para o lazer? Existe uma linguagem universal que atenda a diversos setores sociais”?, disse Moreira.

 


"Nesse Engenho não há moeda de troca, a passagem é gratuita, não há pregação de mentiras". (Foto: Divulgação)

O Engenho Teatral se viu diante de questões incontornáveis e impossíveis de serem respondidas no circuito tradicional do teatro paulistano, criado e mantido a partir da lógica comercial de produção e que em sua maioria não apresentava assuntos ligados à classe trabalhadora. Esse circuito reproduzia a lógica alienante de uma arte sufocada pelas relações de mercado, que de saída, quando não correspondia inteiramente às determinações ideológicas e formais dos cânones do comércio e da produção de mercadoria artística, impunha barreiras geográficas e econômicas de acesso ao público que morava distante do centro da cidade.

Autoexílio ou da criação de meios, modos e encontros que movem o Engenho

Em 1990, o Engenho Teatral constrói seu autoexílio e abandona de vez o circuito tradicional do teatro paulistano e a exemplo de outras experiências anteriores e realizadas por outros grupos teatrais, como o Teatro Popular União e Olho Vivo e Núcleo Independente, o Grupo passa a estabelecer vínculos com bairros das periferias da cidade de São Paulo. Esta opção, e a partir do entendimento que o teatro é um conjunto de relações que envolve a forma de produção, a obra e o encontro com o público, o Grupo passa a reconstruir sua poética a partir da relação concreta e por uma ação alicerçada pela aprendizagem e pela troca.

Em 1993, após grande jornada pelos bairros da cidade de São Paulo, o Grupo inaugura seu próprio espaço, o Engenho Teatral, e assim escapa das imposições da roda espetacular e do mundo da mercadoria, que na prática, inviabiliza qualquer tentativa de aprofundamento sobre o processo de trabalho artístico, posto que o objetivo é a produção rápida, o lucro e a rotatividade das mercadorias pelos teatros ou pelos “supermercados” de eventos.

Um espaço necessário

O Engenho Teatral, projetado por Luiz Carlos Moreira, é um teatro móvel com capacidade para 200 pessoas que jogou âncora por todas as regiões periféricas da cidade de São Paulo, nunca por menos de um ano, controlado e mantido pelas pessoas que integraram o Grupo ao longo da história, seja por meio de recursos próprios ou por meio de políticas públicas. Esse Engenho conferiu uma exclamação poética a favor de um teatro que se posiciona historicamente de forma contra-hegemônica, ou seja, não moldando o público ao teatro, mas ao contrário, a partir da relação com o público e da forma de produção coletiva, produzindo um teatro cuja estética não se separa das condições concretas de sua produção. O controle sobre o meio e modo de produção do Grupo é parte da forma de produção necessária para a elaboração estética e contra- hegemônica.

Hoje, com 40 anos, comemorados em março deste ano, o Engenho Teatral está fixado próximo à estação Carrão do Metrô, em seu espaço de mesmo nome, e lá continua sua saga quixotesca e necessária em busca da unidade perdida pela superação deste estado de coisas que impõe a toda gente um projeto de morte. Nesse Engenho não há moeda de troca, a passagem é gratuita, não há pregação de mentiras, não há mistificação sobre máquina de moer carne chamada capitalismo. Há vida fora do mercado!

Atualmente o Engenho Teatral é formado por Artur Mattar, Eder dos Anjos, Iraci Tomiatto, João Victor, João Tognonato, Luiz Carlos Moreira, Mariana Tabacow, Michele Gabriolli, Pedro Paes e também por Miguel Novaes (o Neto) que não é ator nem diretor. Neto é um trabalhador, conhecedor da máquina, da engrenagem desta Nau poética despercebida aos olhos desatentos. Mas isso é “Outro$ Quinhentos”, que por sinal, é nome de uma das peças que movem o Grupo e que traça o rastro contraditório de como chegamos até aqui.

Vida longa ao Engenho!

 

Atualmente, o Grupo está em Cartaz com “Canção Indigesta”.

Serviço :

CANÇÃO INDIGESTA

Sábados e Domingos às 19 horas

Ingressos gratuitos na hora e no local

Rua Monte Serrat, 120 – Tatuapé (ao lado da Estação Carrão do Metrô)

Acompanhe a programação pelo site: www.engenhoteatro.wixsite/engenhoteatral

 

* Fábio Resende é ator e diretor teatral e integrante da Brava Companhia de Teatro/SP

Editado por: Brasil de Fato
Tags: arte
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