O ex-secretário-geral do Partido Socialista (PS) chileno Carlos Altamirano, morreu neste domingo (19), aos 96 anos. A morte do histórico dirigente político foi anunciada pela sua família.
Altamirano foi um dos protagonistas do governo de Salvador Allende, da Unidade Popular (UP) entre 1970 e 1973, encerrado por um golpe de estado encabeçado pelo general Augusto Pinochet.
Adepto da via armada, Altamirano defendia a tese de que o processo revolucionário democrático em curso no país devia também se preparar militarmente como forma de reação aos setores oligárquicos que já começavam a se articular contra o governo de Allende.
Por essa razão, alguns setores responsabilizam Altamirano pela desestabilização que ocorreu no interior da UP, já que Allende defendia uma transição pacífica ao socialismo. O dirigente também foi responsável por denunciar, dois dias antes do golpe que assassinou o ex-presidente, que um golpe estava em curso.
Histórico
Altamirano nasceu em 18 de dezembro de 1922, em Santiago. Advogado de profissão, assumiu seu primeiro cargo público em 1953 como subsecretário da Fazenda, durante o governo do presidente Carlos Ibáñes del Campo.
Atuou como deputado entre 1961 e 1965. Se tornou senador também em 1965, tendo sido reeleito nas eleições seguintes. Só deixou o cargo em 1973, ano em que começou a ditadura militar.
Após o golpe, encabeçou a lista de pessoas mais procuradas pelo regime de Pinochet, tendo sua imagem inclusive divulgada em jornais da época. Nunca se soube ao certo como conseguiu fugir, apenas que passou pela Argentina e que, posteriormente, viveu na Alemanha e na França.
Voltou ao Chile em 1991, um ano depois do fim da ditadura militar, no entanto, não retornou à vida política. Passou seus últimos anos recluso, dando poucas entrevistas.
Em nota, o PS chileno lamentou a morte de um de seus mais proeminentes dirigentes. “O Partido Socialista do Chile anuncia com pesar o falecimento do nosso ex-secretário geral e ex-senador da República, companheiro Carlos Altamirano Orrego”, informou.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira