O talude da barragem da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), pode se romper a qualquer momento, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na manhã deste domingo (26). Em alguns pontos, a movimentação da estrutura chega a 20 centímetros por dia -- o ritmo considerado normal é de 10 centímetros por ano.
Esse talude é uma espécie de "paredão" que fica acima da cava de mineração na mina de Gongo Soco, que está cheia de água. A barragem Sul Superior, da mineradora Vale, está a 1,5 quilômetro de distância desta cava. O rompimento do talude pode causar uma reação e levar a barragem ao colapso. Por isso, há pelo menos três meses, os moradores da região vivem dias de angústia, à espera da lama.
Em março, o nível de alerta dessa mesma barragem, que possui 85 metros de altura e 5 milhões de m³ de rejeitos, subiu para nível 3. No mês anterior, 400 pessoas que moravam na chamada Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem (comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo) foram evacuadas.
O prazo previsto pela ANM para rompimento do talude era sábado (25). Em um documento enviado ao Ministério Público de Minas Gerais pela Vale, a engenheira Rafaela Baldi reconheceu que "com as vibrações típicas da atividade minerária, esta estrutura vai se desestabilizando e pode cair sobre a cava”.
Em nota, a Vale afirma que tem tomado todas as medidas preventivas para garantir a segurança dos moradores, e que "tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente".
Edição: Daniel Giovanaz