Governo e oposição venezuelanos iniciaram nesta semana em Oslo, capital da Noruega, uma mesa de negociação na tentativa de encontrar uma saída para a crise política no país. O primeiro encontro, realizado na quarta-feira (29), terminou sem acordo, mas as negociações continuam e novas rodadas estão previstas, segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores norueguês.
"As partes mostraram disposição de avançar na busca por uma solução acordada e constitucional para o país, que inclui os temas políticos, econômicos e eleitorais", diz o texto assinado pelo premiê Ine Eriksen Soreide.
A tensão entre governo e oposição na Venezuela vem de longa data e aumentou em janeiro deste ano, quando o deputado opositor Juan Guaidó se autodeclarou presidente e iniciou uma série de movimentos na tentativa de tomar o poder à força.
Por parte do governo, em março, foram anunciados cinco pontos básicos de negociação: o respeito à soberania do país, o respeito do direito à paz na Venezuela, o levantamento das sanções e a criação de um mecanismo de superação das diferenças pela via pacífica. Já a oposição, que se articula em várias frentes, divulgou um comunicado afirmando que busca dialogar para "acabar com a usurpação do poder" e pedindo novas eleições.
Na mesa de diálogo da Noruega, o chavismo é representado pelo ministro do Poder Popular para a Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, e os opositores pelo advogado Gerardo Blyde e pelo deputado Stálin González, ambos do partido Um Novo Tempo.
Não é de agora que a oposição tenta impor seu projeto nem a primeira vez que as partes sentam para dialogar. Desde que o presidente Nicolás Maduro foi eleito, em 2013, com 50,56% dos votos contra 49,07% de Henrique Capriles, do partido Primeiro Justiça, os representantes do chavismo e da oposição, aglutinada na Mesa de Unidade Democrática (MUD), já se reuniram quatro vezes.
Nessa linha do tempo, destacamos os principais motivos de tensão política e as tentativas de diálogo nacional.
Edição: João Paulo Soares