O Ministério da Fazenda da Argentina anunciou na última sexta-feira (31) um aumento de 3% no preço do botijão de gás de 10kg, estabelecendo o valor de 286,77 pesos (cerca de R$ 25). Nos cinco primeiros meses de 2019, o produto já aumentou 46,7%.
Este é o terceiro aumento promovido pelo governo do presidente Mauricio Macri do preço do botijão de gás em 2019. Em janeiro, o governo havia decidido elevar o preço do gás de cozinha de 195,47 pesos para 267,70 pesos, registrando o maior aumento deste ano (37%). No começo do mês de maio, o preço do botijão chegou a 278,41 pesos, marcando um aumento de 4%.
Em publicação do Diário Oficial desta sexta, a Secretária de Combustíveis argentina anunciou que os novos valores entrarão em vigor a partir do dia 1º de junho, e que o aumento não inclui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Incluindo o IVA de 10,5% do valor do produto, o botijão de 10kg irá custar 316,80 pesos (R$27,78, na cotação de hoje) ao consumidor final.
Ainda segundo o governo, o botijão de 12 kg, que durante o mês de maio custava 334,10 pesos, agora será vendido a 380,25 pesos, com IVA incluído. Por sua vez, o botijão de 15kg, que custava 417,62 pesos, chega ao consumidor final custando 475,31 pesos, também com IVA.
Segundo o jornal Página/12, os cidadãos argentinos encontram dificuldades para encontrar comércios que vendam o produto dentro dos preços estabelecidos pelo governo.
De acordo com o periódico, a população tem sido obrigada a comprar gás direto dos distribuidores, pois comércios chegam a oferecer os botijões com valores até 50% mais caros.
Crise
Segundo dados do governo, entre dezembro de 2015 e junho de 2019, o preço do botijão de gás foi 97 pesos a 316,80 pesos, registrando um aumento de 226,5%.
Desde o início do governo Macri, a Argentina enfrenta diversos aumentos nas tarifas de gás, água, energia e transporte, chamados de "tarifaços".
Macri, que busca a reeleição nas próximas eleições, em outubro, chega em seu último ano de mandato enfrentando grave desvalorização da moeda nacional e altos índices de desemprego e pobreza.
A inflação de abril deste ano ficou em 3,4% e, no acumulado de 12 meses, chega a 55,8%. Nos primeiros quatro meses de 2019, a alta é de 15,6%.
No final de abril, o presidente Mauricio Macri anunciou o congelamento dos preços de 64 produtos considerados essenciais para tentar conter a inflação. Quinze dias depois do início da medida, um levantamento realizado pela Defensoria Pública da província de Buenos Aires indicou que 49% dos produtos incluídos no congelamento estão em falta nos supermercados da região.
Edição: Opera Mundi