Na próxima semana, as 12 centrais sindicais brasileiras entram na semana decisiva de mobilizações para a Greve Geral contra a reforma da Previdência, marcada para a próxima sexta-feira (14).
Uma das atividades marcadas para o começo da semana é a coletiva de transportes em São Paulo, onde deve ser anunciado quais setores vão paralisar. Outras categorias também divulgaram plenárias para cravar a adesão à greve.
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Além de paralisações, estão previstos atos de ruas nas capitais dos estados. Em São Paulo, a manifestação contra a principal pauta do governo de Jair Bolsonaro (PSL) ocorre na Avenida Paulista, às 14h.
A sindicalista Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários da região da Baixada Santista e dirigente da Intersindical, também destaca a importância do apoio de estudantes e professores à greve geral. Eles protagonizaram, em maio, as maiores manifestações contra o governo Bolsonaro, por causa dos anúncios dos cortes na Educação.
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Confira a entrevista.
Brasil de Fato: Em 2017, tivemos uma grande greve contra a reforma da Previdência. Quais as diferenças daquele momento e agora?
Eneida Koury: Naquele momento, a gente estava em vias de eleições. Ali a gente colocou mais enfaticamente a questão que, se os deputados federais votassem a favor da reforma da Previdência, eles não seriam eleitos. Nesse cenário anterior de [Michel] Temer para cá, do Bolsonaro, eu acho que se agravou. Como no governo Temer, [o governo de Bolsonaro] é um instrumento para fazer as reformas que o mercado acha que é necessário, para ele continuar lucrando.
Mas a experiência da unidade naquele momento da primeira reforma da Previdência, na época do Temer, eu acho que foi extremamente positiva. Então, a greve de 2017 vai se repetir agora em 14 de junho.
Inclusive com os estudantes aderindo, com a experiência que a gente tem que a Educação só diz respeito a estudantes e professores; que a reforma da Previdência aos trabalhadores; a mudança do meio ambiente só diz respeito os militantes... Não. Está vendo o entendimento que todas essas alterações em diversos campos dizem respeito a nós, população em geral. Por isso que a unidade é tão importante e esse 14 de junho, eu creio, vai ser fortíssimo. Só essa unidade nas ruas é que vai ser capaz de mudar a correlação de forças e estancar a reforma da Previdência.
E com relação a expectativa de adesão das centrais, o que já temos para adiantar sobre as categorias e setores que vão paralisar?
Todas as centrais aderiram. No dia 11 de junho devem ocorrer diversas assembleias ao mesmo tempo. Devemos contar com a adesão grande de estudantes, também. Havia já marcada uma passeata e, com anúncio dos cortes na Educação, essa manifestação foi engrossado. Então, é contra os cortes na educação, contra a reforma da Previdência e por mais empregos.
Qual foi a importância da mobilização dos estudantes contra os cortes para antecipar e criar o clima antes da greve geral?
Os cortes se deram à beira do 14 de junho, que já estava marcado. E traz um setor que sempre é muito combativo, mas que se move, às vezes, pela pauta específica. Então, uma grande quantidade de estudantes, professores e pais dos estudantes, inclusive. Se você analisa as manifestações do dia 15 e 30 de maio, muitos pais estavam acompanhando seus filhos e estavam lá, gritando palavras de ordem. Provavelmente, essas mobilizações atinjam essas pessoas, que não teriam sem as manifestações essa visão global de tudo isso. Então, essa pauta dos estudantes veio agregar um grande setor que começou se movimentar.
E qual a previsão para os atos de rua no dia 14?
Eu acho que serão grandes atos. Não fechamos ainda a programação do dia 14, mas serão grandes atos. Estamos ganhando força e caldo para definir as ações mais específicas. Mas com certeza vai haver atos de ruas para culminar nesse fechamento da greve geral. Então, as capitais terão atos, mas outros municípios também. Inclusive para dar oportunidade para aqueles que não conseguiram chegar, mas que vão estar na manifestação .
Edição: Aline Carrijo