Centrais Sindicais, movimentos populares, trabalhadores e trabalhadoras realizaram atos, em todo o Rio Grande do Norte, durante a tarde desta sexta-feira (14), em decorrência da Greve Geral. As manifestações ocorrem em resposta ao projeto de Reforma de Previdência, proposto pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Na capital potiguar, os organizadores falam que cerca de 80 mil pessoas compareceram na manifestação ocorrida nesta tarde. Inicialmente, a concentração do ato aconteceu nas redondezas do Shopping Midway Mall e, depois, manifestantes caminharam até o Natal Shopping, localizado no bairro de Candelária.
Maria dos Vasconcelos, professora do ensino público do estado, afirma que a intenção do ato é mostrar ao Governo a força do trabalhador e que ninguém irá ver passivamente os ataques aos direitos trabalhistas, dentre eles a aposentadoria. De acordo com ela, o desmonte da educação pública, como os cortes, também é o que a leva às ruas.
“O povo brasileiro precisa mostrar o repúdio do que está acontecendo com nosso país. Estamos aqui porque não permitimos que o nosso país seja uma terra arrasada”, afirma.
Embora as chuvas tenham atrapalhado um pouco o início do ato, os trabalhadores presentes não pareceram ter desanimado. Cartazes de “Derrotar os cortes”, “Reforma Não” e “Greve pela aposentadoria e educação” eram estampados enquanto alguns manifestantes clamavam palavras de ordem.
O servidor técnico em petróleo, Anderson de Freitas, considera importante as manifestações no dia de hoje para que a população brasileira demonstre sua insatisfação com o atual contexto político que vive o Brasil. Segundo ele, o atual governo vem adotando uma série de medidas que visam entregar as riquezas nacionais, a exemplo do petróleo, para grupos estrangeiros, e por isso é necessário que a população se manifeste contra isso.
"Devemos, principalmente, defender a soberania nacional e parar de entregar nossas riquezas a bancos e países estrangeiros", ressalta.
A deputada federal potiguar Natália Bonavides também participa do protesto. Ela defende que o ato tem como objetivo lutar pela aposentadoria e por educação pública, gratuita e de qualidade. “A gente está vivendo sob um governo de destruição de direitos, da soberania e das liberdades democráticas e não há outra forma senão o povo em massas nas ruas para fazer frente de resistência a isso”, frisa.
Além de Natal, também ocorreram atos nos municípios de Caicó, Extremoz, Assú, Mossoró, Angicos, Santa Cruz, Areia Branca, Tenente Ananias, São Paulo do Potengi, Canguaretama, Apodi, Pau dos Ferros, Currais Novos e Caraúbas.
Ações em todo o Estado
As manifestações de rua não foram as únicas a mostrar o descontentamento dos trabalhadores quanto as reformas. No início da manhã, trabalhadores cruzaram os braços e fecharam diversas vias de locomoção em todo o estado. Barricadas montadas, pneus queimados e “correntes humanas” impediram o início de diversas atividades produtivas, para que o prejuízo econômico dessas ações levasse as pautas dos manifestantes acatadas.
Na ocasião, policiais militares não identificados agrediram trabalhadores na BR 101 da cidade de Extremoz/RN. Mesmo com os manifestantes tentando dialogar pacificamente, os PM’s jogaram gás de pimenta em pessoas que estavam ao redor das ações, incluindo idosos e crianças.
Edição: Marcos Barbosa