A Greve Geral em todo território nacional com foco na luta contra a Reforma da Previdência, proposta pelo governo Bolsonaro em janeiro, na PEC 06/19, que altera o modelo de arrecadação e reduz os acessos aos benefícios.
Neste sentido, de acordo com as lideranças das principais centrais sindicais, que realizaram uma coletiva de imprensa no fim da manhã desta sexta-feira (14), em frente à sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no centro de São Paulo, a greve e os atos que ainda vão ocorrer em muitos Estados são importantes para chamar a atenção para o tema e mostrar que há um ataque do governo contra os direitos da classe trabalhadora com o objetivo principal de favorecer o setor financeiro.
“Acabar com a Previdência para colocar a capitalização e vender nos bancos é o que o governo quer. As centrais sindicais não vão discutir a retirada de direitos. A mudança do relator não ajudou. Ela continua retirando os direitos. A proposta do Bolsonaro e do Guedes é tão ruim que o relator para fazer pior tinha que fazer muita força. Queremos a Previdência geral, ampla e pública. Queremos melhorá-la e a proposta é só para pior”, disse Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, avalia que a oposição não tem força suficiente para derrubar a aprovação da reforma Previdência, mas tem espaço para negociações pontuais. Além disso, destacou que houve avanços no texto, por conta da pressão dos trabalhadores, como nas regras do Benefícios de Prestação Continuada (BPC), para professores e trabalhadores rurais, mas houve retrocesso na regra de transição -- para quem está perto de aposentar. O sindicalista falou também sobre a retirada da proposta de criação de um modelo de capitalização. Todavia, o governo já sinaliza que deve insistir para que essa proposta seja mantida.
Para Edson Carneiro, o Índio, da Intersindical, a greve representa um papel importante na luta da classe trabalhadora por direitos e dignidade.
O sindicalista aponta que a adesão de bancários, metroviários, bancários, químicos, metalúrgicos e servidores, em São Paulo, apesar da repressão do Estado e ameaças de multa. No restante do país, houve repressão com relatos de prisões de trabalhadores em Porto Alegre (RS), baixada santista, Vitória (ES), e São Paulo (SP)
Segundo Índio, o relatório do deputado paulista Samuel Moreira (PSDB) não representa avanço na proposta e que o esforço dos trabalhadores e da oposição deve ser direcionado para a derrubada da PEC 06/19.
“A despeito de ter tirado o que era muito escandaloso que era desconstitucionalização e a capitalização, mantém todas as crueldades contra as mulheres, o aumento do tempo de contribuição, a idade mínima de 65 anos e 62 anos, como se o povo começasse a trabalhar depois dos 30 anos, como acontece com os deputados. O povo brasileiro e a classe trabalhadora ainda tem muita luta para fazer”, asseverou.
Edição: Rodrigo Chagas