Usado no combate a larvas e insetos, a substância clorpirifós está em uso crescente no Brasil e deixa rastro nos alimentos e no corpo humano. Segundo monitoramento do Ibama, em 2009, foram vendidas 3 toneladas do produto. Oito anos depois, em 2017, as vendas ultrapassaram 6,4 toneladas. Os dados foram divulgados pela revista Carta Capital.
Enquanto aumenta o uso no Brasil, o agrotóxico já foi banido por 8 países europeus e está em contestação em 6 estados americanos. Além disso, de acordo com o jornal francês Le Monde, a comissão da União Europeia estuda não renovar a licença da pesticida que tem autorização de uso até 2020.
Segundo especialistas, os danos causados pelo pesticida vão de distúrbios hormonais a deficiência mental irreversível nos fetos e diminuição de até 2,5 pontos de QI (quociente de inteligência) das crianças.
O clorpirifós atinge o funcionamento de um neurotransmissor fundamental ao sistema nervoso central dos insetos, a acetilcolina, se tornando muito eficiente. A questão é que outros seres vivos também possuem esse circuito e, entre eles, os humanos.
Além disso, o pesticida é um desregulador hormonal que atinge a tireoide, órgão que, em mulheres grávidas, produz hormônios fundamentais para o desenvolvimento do cérebro do feto. Um estudo empírico sobre o impacto da substância na inteligência humana, publicado em março nos Estados Unidos, demonstrou o aumento de casos de autismo e lesões cerebrais em filhos de mães que vivem a menos de 2 quilômetros de locais de pulverização.
Edição: Aline Carrijo