Quatro integrantes de movimentos de moradia da capital paulista, presos temporariamente desde segunda-feira (24), tiveram prisão preventiva decretada na noite desta sexta-feira (28). Segundo informações do site Ponte, Sidney Ferreira da Silva, Jacine Ferreira da Silva (também conhecida como Preta Ferreira), Edinalva Silva Ferreira e Angélica dos Santos Lima serão transferidos para presídios na segunda-feira (01).
:: Ofensiva contra movimentos populares prende lideranças sem-teto em SP ::
Durante o fim de semana, os quatro continuarão presos na carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), na zona norte de São Paulo.
As lideranças são acusadas de extorsão e formação de grupo para prática criminosa. Segundo a Polícia Civil, 13 denúncias anônimas apontaram que os acusados vinham realizando cobranças ilegais de “aluguéis” no interior de ocupações.
A prisão é um desdobramento da investigação do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo Paissandu, em maio do ano passado. A defesa dos detidos afirma que nenhum deles tinha relação com a ocupação deste prédio, senão aquela estabelecida logo após o desabamento, quando comitês de ajuda organizados pelos movimentos prestaram auxílio aos desabrigados.
Os representantes da Frente de Luta por Moradia (FLM) e da União de Luta por Moradia (UMM), da qual faziam parte os presos, classificaram as prisões como um ato político destinado a minar os movimentos sociais e suas lideranças.
Na quarta-feira (26), organizações populares de São Paulo anunciaram a criação de um Comitê Permanente contra a criminalização dos movimentos sociais. O anúncio foi feito durante um ato contra as prisões também na quarta-feira.
Ainda segundo informações da Ponte, outras seis pessoas podem ser presas nos próximos dias.
Edição: Aline Carrijo