O ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira (2), em sua exposição inicial no depoimento que presta na Câmara dos Deputados, que conversas entre promotores públicos e juízes, sobre casos em que ambos atuam, são “coisas triviais no cenário jurídico brasileiro”.
Moro está depondo perante três comissões da Câmara: de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Trabalho, Administração e Serviço Público; e de Direitos Humanos e Minorias.
Os deputados querem esclarecimentos sobre conteúdo revelado pelo site The Intercept Brasil, que trouxe mensagens trocadas entre Moro, então juiz federal, e os procuradores da Lava Jato. Os conteúdos divulgados até agora revelam seletividade de alvos, perseguição política, manipulação de depoimentos e conluio para condenar sem provas o ex-presidente Lula, com o objetivo de afastá-lo da disputa eleitoral de 2018.
Assim como havia feito em seu depoimento ao Senado há duas semanas, Moro insistiu na tese de que agiu dentro da lei, reafirmando que suas decisões foram referendadas por tribunais superiores e que as mensagens divulgadas pelo The Intercept foram obtidas de maneira “categoricamente criminosa”.
Afirmou também que “não está demonstrada a autenticidade” das mensagens e que não estas poderiam ser consideradas como “provas” contra ele por serem fruto de uma “invasão criminosa de hackers, contra aparelhos celulares de agentes públicos”.
A audiência teve início às 14h e deve se prolongar até a noite.
Edição: João Paulo Soares