Colegas de profissão, fãs e amigos lastimaram a morte do jornalista Paulo Henrique Amorim, que faleceu na madrugada desta quarta-feira (10), aos 77 anos, após sofrer um ataque cardíaco.
Ao longo de quase 60 anos de carreira, Amorim passou pelos principais veículos de comunicação brasileiros, sobretudo na TV. A experiência o tornou bastante crítico da imprensa comercial, a qual chamava frequentemente de PIG (Partido da Imprensa Golpista) nos textos incisivos do blog Conversa Afiada, que mantinha desde 2008.
nesta quarta, após o anúncio de sua morte, inúmeras publicações nas redes sociais demonstram a capilaridade e referência do jornalista em todo país.
“Um voz provocante se vai com a morte de Paulo Henrique Amorim. À família, nosso carinho e solidariedade neste momento sempre muito difícil”, publicou Milton Jung, da rádio CBN, em seu Twitter.
No fim de junho, o profissional foi afastado da apresentação do programa Domingo Espetacular, na TV Record, que comandou nos últimos 14 anos. A decisão da emissora trouxe à tona discussões sobre perseguição política e censura, já que Amorim era crítico enfático do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Sérgio Moro, contrariando a linha editorial da emissora, próxima ao governo.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Renato Rovai, jornalista e amigo pessoal de Amorim, afirma que o apresentador era um homem de muita coragem e que não se calou a despeito do que sofreu.
“Tive a oportunidade de acompanhá-lo por muitos debates Brasil afora e de saber sobre como ele estava sendo pressionado por poderosos que o processavam de maneira recorrente”, relata Rovai.
“A lição e o legado que o Paulo deixa é de imensa coragem. Imensa coragem que temos obrigação de continuar exercendo nesses anos difíceis de governo Bolsonaro e de censura. Essa coragem é o que temos que reafirmar o tempo todo com o nosso jornalismo”, defende o jornalista.
O blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, também lamentou a morte de Amorim e condenou as ofensivas que ele recebia.
“Morre Paulo Henrique Amorim. Como dona Marisa Letícia, vítima de perseguição política. Falamo-nos anteontem por mensagem. Mais de cem processos fraudulentos na ‘justiça’, perda do emprego na Record por ação do nazifascista que nos ‘governa’. O fascismo faz mais uma vítima”, escreveu.
Já a ex-presidente Dilma Rousseff publicou em seu Twitter que a morte de Amorim priva o jornalismo brasileiro de um dos seus nomes mais importantes. “Ele deixa a marca de uma atuação digna na denúncia dos retrocessos que o país enfrenta e na defesa da democracia e do estado de direito. Meus sentimentos à família e aos amigos”.
O perfil oficial do Fluminense, time de coração de Paulo Henrique Amorim, também lamentou sua morte nas redes..
Edição: João Paulo Soares