O Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou nesta sexta-feira (12) a primeira adaptação do projeto "MPT em Quadrinhos" para o formato de desenho animado. O objetivo da iniciativa é promover o debate sobre os prejuízos do trabalho infantil.
Entre as 37 edições -- mais de 3,3 milhões de revistas-- já publicadas pelo MPT em Quadrinhos, a escolhida para tornar-se animação foi intitulada "Trabalho Infantil – Mitos e Verdades".
A campanha foi custeada com verba de indenização por dano moral coletivo paga por uma empresa que descumpriu a legislação trabalhista.
O desenho conta a história de Lucas, uma criança que trabalha em uma feira para ajudar o pai. Um dia, Larissa e João, personagens fixos da série, estão fazendo compras quando o menino se oferece para carregar as sacolas. “Mas isso aqui tá muito pesado pra você”, diz Larissa, com ar de reprovação.
A história se desenrola, tratando dos riscos à saúde física e psicológica provocados pelo trabalho infantil, e no esclarecimento sobre a importância do fortalecimento da rede de proteção dos direitos das crianças e adolescentes.
A versão original pode ser encontrada no site www.mptemquadrinhos.com.br.
Trabalho infantil
Cerca de 2,7 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalham atualmente no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde registrou, de 2007 a 2018, quase 44 mil acidentes de trabalho com crianças e adolescentes dessa idade. Nesse mesmo período, 261 meninas e meninos perderam a vida trabalhando.
São jovens que trabalham na agricultura, pecuária, no comércio, nos domicílios, nas ruas, na construção civil. A procuradora do Trabalho Ludmila Pereira Araújo, da PTM de Alta Floresta (MT), que viabilizou o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que disponibilizou verbas para a campanha alerta que o trabalho infantil não pode mais ser visto como uma solução para a criança pobre, em vulnerabilidade socioeconômica.
"O Brasil se comprometeu internacionalmente a erradicar o trabalho infantil até 2020. Infelizmente, estamos muito distantes de alcançar isso”, lamenta a procuradora.
Edição: Rodrigo Chagas