Há duas semanas, o Brasil chegou a impressionante marca de 812.564 pessoas presas, de acordo com o Banco de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Se fosse um município, o sistema penitenciário brasileiro teria a 24ª população do país, logo atrás de Nova Iguaçu (RJ), que tem 818.875 habitantes e à frente da capital da Paraíba, João Pessoa, que acumula 800.323 munícipes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desse total de presos, 337 mil, ou 41,5% da população carcerária, são provisórios, ou seja, aguardam julgamento. O índice pode ser ainda maior por dois motivos: o banco de dados do CNJ é alimentado diariamente pelos estados. Porém, São Paulo e Rio Grande do Sul ainda não enviaram os números de todos os seus municípios. Outro componente que deve fazer esse número subir é que há 366,5 mil mandados de prisão pendentes no Brasil.
O último levantamento elaborado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, em 2016, apontava que a população carcerária brasileira era de 726 mil pessoas. Em apenas dois anos, são quase cem mil presos a mais.
Os números garantem ao Brasil uma posição nada confortável no ranking de países com maiores populações carcerárias atrás somente dos EUA, com 2,1 milhões de presos, e da China, que mantém 1,6 milhão de pessoas encarceradas.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira