Hoje, 25 de julho, é o Dia Nacional Teresa de Benguela, mulher negra e revolucionária, sinônimo de resistência e luta contra os colonizadores.
Entre as consequências da colonização temos o apagamento da nossa história no processo da diáspora e com isso a história de resistência e revolução de nossos ascendentes contra a violência e a exploração.
Visando negar a nossa identidade negra e indígena criou-se o mito da democracia racial para mascarar a condição de exploração, violência e desigualdade social que se mantêm até os dias atuais.
As mulheres negras sempre estiveram na raiz deste sistema capitalista, patriarcal, racista e lgbtfóbico, vivenciando significativas formas de violências física, sexual, racial, religiosa, psicológica etc. Todas as que hoje estão tipificadas em lei, ainda necessitando de efetividade.
A estrutura social permanece com a concentração de poder na mão dos descendentes dos colonizadores e da "Casa Grande". A exploração e o extermínio do nosso povo negro e índio e de nossas terras também permanece. E permanece também a nossa resistência e a nossa disposição para lutar inspiradas por Teresas, Laudelinas, Dandaras, Marielles... Em cada uma de nós existe muitas dessas mulheres!
Para cada racista eu desejo uma Maria Pastora (minha mãe biológica e de coração), uma Maria da Guia (minha tia e mãe de coração) e uma Dona Marinalva (mãe dos Farias e do Projeto Popular). Estas são mulheres negras que nos inspiram a lutar e resistir todos os dias, quando elas põem o pé no chão, após uma breve noite de descanso, o mundo e as correntes se movimentam com elas. Elas são expressões de resistência no cotidiano de suas vidas.
Dona Marinalva, mãe dos Farias e do Projeto Popular em Natal (RN)
Gratidão a cada uma das mulheres e homens que fortalecem e apreendem conosco o nosso enegrecimento.
*Cristina Dias é assistente social, professora universitária e militante do coletivo Amélias: Mulheres do Projeto Popular
Edição: Isadora Morena