A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o deputado estadual pelo PT em São Paulo, Emídio de Souza, visitaram, nesta quinta-feira (1º), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso político desde abril de 2018.
Após o encontro com Lula, a deputada federal pelo Paraná conversou com a militância da Vigília Lula Livre para comentar as impressões do diálogo.
Hoffmann falou sobre o calendário de mobilizações deste mês e a necessidade de união das forças progressistas da sociedade para o enfrentamento ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).
“Ninguém aguenta mais Jair Bolsonaro, passou de todos os limites. Quer dizer, um homem que evoca os porões da ditadura, que faz o que fez, dá as declarações que dá, não pode presidir um país. É um homem que deveria ser interditado. Só que quem pede interdição é a família. Mas, nós vamos discutir também com os partidos de oposição, com as frentes progressistas, quais são as medidas que nós podemos tomar em relação a isso tudo que está acontecendo”, explicou a petista.
Segundo ela, a bandeira pela liberdade de Lula deve ser um dos pontos-chaves das mobilizações, além da defesa da democracia, da educação pública e do Sistema Único de Saúde (SUS). Nas ruas, barrar a reforma da Previdência também é uma das principais reivindicações do ato marcado para o próximo dia 13.
“Esse ato tem que repetir o sucesso dos atos que nós tivemos nos dias 15 e 30 de maio, ou seja, mostrar que nós não estamos coniventes e contentes e queremos mudanças no tratamento das políticas públicas nacionais”, destacou a presidenta do PT.
“Não dá para a gente assistir o Brasil sendo desmontado do jeito que está, sendo entregue as nossas riquezas -- Petrobras, Eletrobras, Amazônia -- do jeito que está sendo feito. E pela soberania popular. Não tem país soberano se seu povo está sofrendo, desempregado e passando fome”, enfatizou.
Hoffmann também comentou sobre as revelações da chamada Vaza Jato. Segundo ela, o que vem sendo mostrado colabora para dialogar junto à população sobre as injustiças de todo o processo contra o ex-presidente por uma “atuação política” de servidores públicos, como o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
“Nós tínhamos ao invés de uma procuradoria da República e de um Ministério Público, que fizessem seu papel, uma polícia política. Não se dedicavam aos fatos, mas, sim, a investigar pessoas que eles julgavam que poderiam estar contra eles. Isso nós não podemos admitir. Não tem como lutar por um Brasil melhor e pela democracia enquanto nós tivermos a injustiça com o presidente Lula”, explicou.
A deputada federal, terceira mais votada no estado do Paraná, também comentou sobre a eleição de 2018: “Nós tivemos um processo viciado, praticamente fraudado da eleição da presidência da República. Jair Bolsonaro só ganhou porque, primeiro, prenderam o Lula e, depois, interviram politicamente nas eleições para não deixar [Fernando] Haddad [PT] se eleger presidente da República. Isso é muito grave. Nós pedimos a cassação da chapa de Bolsonaro e [Hamilton] Mourão [PSL], e isso, com certeza, tem consequências no processo político, até de chamar uma nova eleição”.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Hoffmann afirmou que o acúmulo de forças contra os desmontes promovidos por Bolsonaro ajuda a enraizar uma compreensão crítica da operação Lava Jato entre a população, em especial a mais pobre que, segundo ela, obteve inúmeras conquistas que estão sendo destruídas pelo atual governo.
“O PT sabe o que fazer, tem proposta para isso. Nós discutimos durante a campanha e vamos lançar um programa emergencial para o Brasil e trabalhar com ele em todos os estados brasileiros, mostrando qual caminho nós devemos seguir para gerar emprego e renda e tirar o povo do sofrimento”.
Edição: Rodrigo Chagas