Violência

Acampamento urbano do MST é atacado em São Gonçalo do Amarante (RN)

Com ação, cerca de 300 famílias estão sem abrigo e Prefeitura do município não apresenta solução

Brasil de Fato | Natal (RN) |
 Aedson Epstein
Aedson Epstein - Famílias lamentam a destruição de suas moradias

Cerca de 300 famílias estão desabrigadas após ação de reintegração de posse feita, hoje (7), pela Polícia Militar e Prefeitura de São Gonçalo no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Comuna Marisa Letícia. A Comuna está localizada em terreno da Datanorte – Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte, nas imediações da BR-406. No dia anterior (6), houve negociação com a empresa e ficou acordado que as famílias ficariam no terreno até o poder público definir um local para relocá-las. Às 6h da manhã de hoje as famílias foram surpreendidas com tratores que destruíram os barracos. 

Tratores destroem moradia de 300 famílias. Foto: Comunicação do MST.

Aciole Barbosa, direção estadual do MST, explica que aquele era um local de transição. “Não estávamos construindo casas, mas um acampamento, para que as famílias ficassem aqui até que se encontre uma solução de moradia para elas”.
O movimento não compreende a ação, porque com a negociação feita no dia anterior, o Governo havia feito o cadastramento das famílias. Segundo ele, o acontecimento é “um absurdo, um descumprimento de um acordo. Foi criado um Comitê  Estadual de Conflitos Agrários e ele não foi notificado sobre essa desapropriação”.

Moradores resistem à ação. Foto: João Victor Leal

A prefeitura não deu alternativas às famílias desalojadas. Aciole afirma que a perseguição ao movimento no município de São Gonçalo é antiga, mas “a gente crê que com resistência a gente avança”.
Histórico
Desde junho, a Comuna vem sofrendo ataques pela Polícia Militar e Prefeitura de São Gonçalo. No dia 21 de junho, 10 viaturas da polícia fizeram o uso da força para queimar e destruir objetos pertencentes às famílias acampadas, inclusive, retirando e queimando a bandeira do movimento.

Edição: Marcos Barbosa