Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que as áreas com alerta de desmatamento na Amazônia aumentaram 278% em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2018.
As informações foram colhidas pelo programa de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que monitora em tempo real e emite os alertas.
No mês passado, houve aumento de 88% do desmatamento no comparativo de junho 2018/2019. A divulgação do número motivou uma série de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao instituto.
Bolsonaro desqualificou os dados e chegou a afirmar que o diretor do Instituto, Ricardo Galvão, poderia “estar a serviço de alguma ONG”. Em resposta, Galvão defendeu a precisão da coleta e afirmou que as declarações do presidente pareciam vindas de “um garoto de 14 anos”.
Na linha do chefe, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, disse ter “estranheza” em relação aos dados, enquanto Ricardo Salles, do Meio Ambiente, foi taxativo ao afirmar que estavam incorretos. Salles chegou a dizer que Inpe reconhecia o suposto erro, sendo na sequência desmentido pelo instituto.
Para Bolsonaro, os dados do desmatamento foram “espancados” e veiculados com o objetivo de “atingir o nome do Brasil e do atual governo”.
Na sexta-feira (2), Ricardo Galvão foi exonerado da diretoria do Inpe.
Hoje, as informações referentes ao desmatamento são públicas e estão disponíveis no site do Inpe.
Edição: João Paulo Soares